Crónica de Nenhures
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Diz o povo e com razão que saber esperar é uma grande
virtude.
Todavia, Manuel Monteiro não teve ou não tem, não cultivou
ou não cultiva essa virtude.
À frente da Juventude Centrista (JC), à frente do CDS,
depois PP e depois CDS-PP, Manuel Monteiro mereceu e merece os maiores elogios.
Mas não soube dar tempo ao tempo!
A vida política, salvo honrosas excepções, é curta, e findo
o seu consulado, só tinha que se reservar para o futuro. E Manuel Monteiro
tinha futuro na Política.
Contudo, ou mal aconselhado, ou por iniciativa exclusivamente
própria, abandonou o CDS e forma novo partido, o Partido da Nova Democracia
(PND). Com ele arrasta um conjunto de Pessoas de qualidade, mas o resulto
final, eleitoral, é um total desastre.
Abandonando o palco político, dedicou-se ao Ensino, com
fugazes aparições públicas e menos ainda com artigos de opinião.
No CDS tem “representantes”, mas teria, terá que ser ele,
como se diz, a “dar a cara”. Não pode, nem é eticamente correcto, utilizar “terceiros”
para influenciar o partido e as suas políticas.
Fora da área do CDS, Manuel Monteiro, ao longo deste seu “exílio”,
não conseguiu criar pontes ou raízes. É no CDS que tem que estar, ao CDS que tem que
regressar.
Manuel Monteiro não é Assumpção Cristas. Muito menos Paulo
Portas. Mas todos são mais-valias para o CDS, e a Direita parlamentar precisa
de todos, sem excepção. É no debate, no esgrimir das diferenças, que o CDS pode
e deve crescer.
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