Fernando Correia Pina
Povo de marinheiros, de derradeiras
visões de império à pressa encaixotadas.
Em caravelas fomos. Em traineiras
voltámos lamentando águas passadas.
Povo de lavradores de inconsistentes
searas, de alheias sementeiras,
de rostos dos espelhos sempre ausentes,
de vozes confundidas com bandeiras.
Povo mudo que resistes como teia
aos ventos da fortuna e amanheces
como nação no fogo duma ideia
e que logo feito gente empalideces:
como te hei de dizer sem que a estranheza
faça de quanto digo cama e mesa?
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