\ A VOZ PORTALEGRENSE: Frederico García Lorca - I

terça-feira, março 02, 2010

Frederico García Lorca - I

A morte de Frederico García Lorca é um dos ícones da Guerra Civil de Espanha. É impossível falar desse período da História espanhola, sem se referir o assassinato do poeta de Granada. Atribuída às ordens de Francisco Franco Bahamonde, a morte de Lorca continua a ser, melhor, a servir os interesses dos anti-franquistas e dos anti-fascistas de todo o mundo.
A História está cheia de episódios dramáticos, que servem para o bando dos Vencedores justificar uma muito sua auto-proclamada autoridade/superioridade moral face aos Vencidos.
Mas quando o tempo passa e é possível com serenidade fazer o estudo dos factos históricos que deram origem a esses mesmos acontecimentos trágicos, a verdadeira História, a Verdade vem ao de cima.
Hoje, o assassinato de Robert Brasillach pelos Vencedores é visto como um crime sem justificação. E o de Frederico García Lorca é tão injustificável como o foi o de Brasillach.
O último número chegado a Portalegre da revista espanhola
La Aventura de la Historia, ligada ao grupo do jornal El Mundo, trás um dossier sobre a morte do poeta que é resumido em três pontos: «Tres fueron las razones del papel decisivo que tuvo el teniente coronel de la Guardia Civil Nicolás Velasco Simarro en la detención de Federico García Lorca: su cercanía personal a los Roldán, primos y rivales de la familia del poeta; su odio a Lorca por “El Romance a la Guardia Civil española” y la casualidad que puso en sus manos la suerte del escritor entre su detención el verano de 1936.»
Lendo-se o artigo por completo, muito pouco ou nada fica acerca de razões ideológicas para justificar a morte de Frederico García Lorca, ao contrário de Robert Brasillach, este um crime hediondo praticado pelos Vencedores da Guerra Civil Europeia de 1914-1945.
Rivalidades familiares, explicam em grande parte as razões daquele crime, a par da ‘vergonha social’ pela sua homossexualidade. Lorca quis afastar-se da sua casa e família, temendo o que realmente veio a acontecer, mas a indecisão foi-lhe fatal.
Mário Casa Nova Martins