Mário Silva Freire
CRÓNICAS DE EDUCAÇÃO
.
Tudo o que existe ou acontece tem uma causa. Não pretendo identificar as diferentes causas para aquilo que somos, que fazemos ou que nos ocorre; para uma grande parte delas são os cientistas, os políticos, os filósofos e os teólogos as pessoas indicadas para as identificar e eu, simples professor, não tenho engenho para que me possa incluir em qualquer uma dessas categorias. Uma coisa, porém, parece certa: só depois de sabermos o que origina determinado fenómeno é que estaremos em condições de lhe fazermos face.
Como cidadão, contudo, não me inibo de observar o que se passa à minha volta e de reflectir sobre aquilo que observo. E o que observo nem sempre me satisfaz.
Assim, nos contactos que vou mantendo com adolescentes, alunos das nossas escolas, verifico, com frequência, que muitas das aulas não servem para aprender. Nelas, a algazarra, o burburinho ou, simplesmente, o ruído de fundo constante, são elementos que inibem um ensino eficaz e, consequentemente, uma aprendizagem proveitosa.
É certo que há processos de ensino produtivos em que a aprendizagem não é compatível com o silêncio e com a imobilidade. Estando, porém, os alunos centrados no professor, e tentando este controlar todo o desenrolar de uma aula, muito difícil será manter a disciplina em adolescentes durante 90 minutos. Eles necessitam de participar e de interagir. Mas como dar resposta a essa necessidade, se a participação e a interacção que eles têm na sala de aula caem, frequentemente, no domínio da indisciplina? Quais as melhores maneiras de actuação do professor e da própria escola, perante tais circunstâncias?
Será que a ignorância dos nossos alunos do ensino básico é consequência exclusiva da dificuldade que eles manifestam em se manterem atentos ao que está a passar-se na sala de aula? Que papel desempenham as normas existentes nas escolas, as suas lideranças, a autoridade dos professores, os programas, os métodos didácticos em uso, as prescrições do M.E, a família? Enfim, há um sem número de variáveis que talvez mereçam uma análise um pouco mais detalhada.
Gostaria de centrar sobre o ensino básico as considerações que irei fazer nas próximas crónicas por duas razões:
- por ser neste nível de ensino que se adquirem os conhecimentos primordiais sobre os quais irão assentar as aprendizagens posteriores;
- por ser nessas idades que se adquirem (ou não) determinados hábitos e se desenvolvem (ou não) as capacidades básicas que irão condicionar os êxitos ou insucessos na vida escolar mas, também, na vida pessoal e social.
Tentarei, assim, identificando algumas causas e verificando ou inferindo as respectivas consequências, relativamente a certos fenómenos, reflectir sobre a minha percepção da realidade ao nível do ensino básico.
Como cidadão, contudo, não me inibo de observar o que se passa à minha volta e de reflectir sobre aquilo que observo. E o que observo nem sempre me satisfaz.
Assim, nos contactos que vou mantendo com adolescentes, alunos das nossas escolas, verifico, com frequência, que muitas das aulas não servem para aprender. Nelas, a algazarra, o burburinho ou, simplesmente, o ruído de fundo constante, são elementos que inibem um ensino eficaz e, consequentemente, uma aprendizagem proveitosa.
É certo que há processos de ensino produtivos em que a aprendizagem não é compatível com o silêncio e com a imobilidade. Estando, porém, os alunos centrados no professor, e tentando este controlar todo o desenrolar de uma aula, muito difícil será manter a disciplina em adolescentes durante 90 minutos. Eles necessitam de participar e de interagir. Mas como dar resposta a essa necessidade, se a participação e a interacção que eles têm na sala de aula caem, frequentemente, no domínio da indisciplina? Quais as melhores maneiras de actuação do professor e da própria escola, perante tais circunstâncias?
Será que a ignorância dos nossos alunos do ensino básico é consequência exclusiva da dificuldade que eles manifestam em se manterem atentos ao que está a passar-se na sala de aula? Que papel desempenham as normas existentes nas escolas, as suas lideranças, a autoridade dos professores, os programas, os métodos didácticos em uso, as prescrições do M.E, a família? Enfim, há um sem número de variáveis que talvez mereçam uma análise um pouco mais detalhada.
Gostaria de centrar sobre o ensino básico as considerações que irei fazer nas próximas crónicas por duas razões:
- por ser neste nível de ensino que se adquirem os conhecimentos primordiais sobre os quais irão assentar as aprendizagens posteriores;
- por ser nessas idades que se adquirem (ou não) determinados hábitos e se desenvolvem (ou não) as capacidades básicas que irão condicionar os êxitos ou insucessos na vida escolar mas, também, na vida pessoal e social.
Tentarei, assim, identificando algumas causas e verificando ou inferindo as respectivas consequências, relativamente a certos fenómenos, reflectir sobre a minha percepção da realidade ao nível do ensino básico.
Mário Freire
.
in, O Distrito de Portalegre, 25 de Fevereiro de 2010, p.8
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home