\ A VOZ PORTALEGRENSE: Arruaça

segunda-feira, março 19, 2007

Arruaça

Não se fazia prever tanto... As expectativas foram ultrapassadas. Quiçá o “velho” Narana Coissoró e o “novo” Mattos Chaves possam ser muito justamente aclamados com os líderes dos dois bandos de arruaças presentes em Óbidos, naquilo que deveria ter sido um normal, mais um, Conselho Nacional do agora novamente e só CDS.
Pobre CDS!, um outrora Partido de Gentlemen, agora transformado num Clube com entrada proibida a menores…
O que interessava decidir, eleições directas ou congresso electivo para a escolha do líder, transformou-se numa autêntica peixeirada, com culpas de todas as partes. A começar por Maria José Nogueira Pinto, a ex-secretária de Estado de Aníbal Cavaco Silva, mas do CDS desde pequenina, presidente da mesa do Conselho Nacional, que não soube conduzir os trabalhos, sendo acusada por um dos bandos de parcialidade, coisa que parece não ser bem assim, porque sendo verdade que a proposta das “directas” tenha ganho por larga maioria, não alcançou os dois terços estatutários, enquanto o pedido de convocação de Congresso Extraordinário seguiu os preceitos legais.
Quanto àqueles que deveria ter sido os protagonistas, José Ribeiro e Castro e Paulo Portas, o ex-JSD, mas do CDS desde quando ainda usava bibe, tiveram comportamentos diferentes. Ribeiro e Castro, solene, discreto, deixou que os seus apaniguados fizessem a honra da “situação”. Paulo Portas, eléctrico, "dramático", acirrou as suas “tropas”, sendo o responsável pelos tumultos que se geraram, onde só faltou chegar-se a vias de facto…

Para onde caminha o CDS é ainda uma incógnita, mas uma coisa é certa, a tentativa de “golpe de estado” marcada para o Conselho Nacional de ontem por parte de Paulo Portas fracassou. Também é de notar que os “portistas” têm muita dificuldade em lidar com as leis e os estatutos, dando mostras de uma sede de poder a todo o custo.
Não foi um “espectáculo” edificando, aquele que o CDS deu em Óbidos. Desde os tempos do PREC que não se assistia a “assembleia” tão conflituosa. As clivagens que neste momento estão em guerra aberta não têm condições de num qualquer futuro desaparecerem. É tempo da Direita renascer, qual Fénix.
MM