\ A VOZ PORTALEGRENSE: Os mortos da Esquerda e a direita

quinta-feira, dezembro 28, 2023

Os mortos da Esquerda e a direita

Quando morre alguém de Esquerda, a Esquerda louva o defunto, mesmo que em vida tenha sido ‘a pior pessoa do mundo’. Por exemplo, que o diga o defunto Estaline, sempre incensado por uma certa Esquerda, aquela que recentemente perorou por uma camarada comunista que em vida defendeu ‘os amanhãs que cantam do Comunismo’ e que no Parlamento mostrou a sua veia histriónica, faceta que a celebrizou.

Não foram as suas ‘boas acções’, mas sim o histrionismo que fazia questão de cultivar nos discursos parlamentares que lhe deram a notoriedade. O seu sectarismo, o seu desamor à Democracia, o seu apoio ao Totalitarismo, não foi lembrado no momento do passamento pelos seus “compagnons de route”. Todavia, a História não se esquecerá.

Morreu, pronto. Paz à sua Alma.

Mas o interessante da questão é que quando morre alguém de Direita, principalmente se essa pessoa é alguém de valor intelectual ou cívico, a Esquerda por um lado ignora, mas, por outro, na sua mesquinhez, ataca, denigre sempre que pode.

Que se lembre, que não se esqueça o comportamento de certa Esquerda no Parlamento, quando do falecimento do prof. Adriano Moreira. E a ‘lista’ é interminável!

O contrário se passa com a ‘direitinha’ sempre lesta, como agora foi o caso, em louvar as virtudes (se as tinhas, democrata é que não era, comunista que era), da defunta.

Muito gosta a ‘direitinha’ de ‘se pôr em bicos dos pés’, como forma de se mostrar ‘democrata’ para agradar à Esquerda que, no fundo, a detesta e não a teme.

Não é impunemente que não há Direita nesta Terceira República, mas uma ‘direitinha’ quem se espalha pelo PPD-PSD, pelo outrora partido independente e hoje apêndice do PSD o CDS-PP, pela IL que não quer ser conotada com a Direita, e, sim, pelo Chega que não consegue fugir da tentação de querer ir para o Governo aliado ao PSD para depois acontecer-lhe o mesmo que ao CDS.

Esta é a crua realidade da direita, em minúsculas, em Portugal, sempre reverente face a uma Esquerda que a insulta sempre que pode, que a ridiculariza a torto-e-direito.

Esta direita, em minúsculas, anda sempre a procurar cair ‘nas boas graças’ da Esquerda, que a despreza e a menoriza.

Esta direita, em minúsculas, que se ataca, que se digladia para agradar à Esquerda, que dela se ri.

Em suma, o país é o que é, e tem o que merece!

Mário Casa Nova Martins