Desabafos 2020/2021 - III
As pessoas andam confinadas à informação a que têm direito,
glosando o subtítulo de um defunto jornal chamado «O Diário», que escrevia “A
verdade a que temos direito”, mas que de ‘verdade’ ou ‘verdades’, nada tinha,
porque ligado a um partido político de cariz Estalinista.
Portugal caminha a passos largos para uma república
mergulhada no compadrio, no clientelismo, na corrupção.
Tempos houve nesta Terceira República, em que corrupção,
compadrio, clientelismo existiam, mas as altas figuras do Estado a tal eram
indiferentes, nunca coniventes.
Hoje já não é assim. A forma rápida e descarada com que o
primeiro-ministro afasta quem põe em causa políticas e estratégicas do Governo
a que preside, prova que quem se mete com a sua governação, «leva», à boa
maneira de um célebre político do actual regime, que afirmava publicamente que
quem se metia com o seu partido «levava».
Caciquismo idêntico ao que vigorou na Monarquia
Constitucional e na Primeira República, ‘numa’ de “ó tempo volta para trás”!
O actual primeiro-ministro, cada dia que passa, mostra
traços de intolerância, de agressividade verbal, de caceteiro, de tal forma que
em nada fica atrás do célebre, pela negativa, Afonso Costa, líder do Partido
Repúblico, famigerado partido político responsável pelo fim da Primeira
República.
E o actual presidente da República, um histriónico, um
populista, é co-responsável pelo clima de intimidação, de perca de Democracia
que hoje se vive e sente em Portugal.
20 de Outubro de 2020
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