25 DE NOVEMBRO, SEMPRE!
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25 DE NOVEMBRO SEMPRE!
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«Em Beja, na Praça de Touros, todos os discursos foram a
falar para cima [por causa] das pedras que eram atiradas de fora. E teve que
ser a GNR a cavalo a proteger o dr. Sá Carneiro, para ele chegar a um helicóptero.
Foi terrível: um militante nosso, que era notário, levou com uma pancada na
cabeça e nunca mais foi gente.
(…)
Eu tinha o carro um bocadinho longe porque os de Beja
tinham-nos dito: «Eles vão escavacar os carros». Eu ia a guiar um Renault do
dr. Sá Carneiro, com mais três pessoas a bordo. E ainda me lembro do barulho
que faz uma corrente de bicicleta a zurzir a correrem atrás de nós e o GNR a
dizer “Corram, corram, corram!” E eu vejo à minha frente um sinal de proibição
e disse: “É sentido proibido.” Ele até disse um palavrão “… pró sentido
proibido” e mandou-me avançar assim com toda a força.
Conceição Monteiro
Revista Sábado, 29 de Novembro de 207,
página 54
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Hoje em Portugal, ao que se chama Direita, CDS e PSD, sofre
de uma amnésia total quanto à História recente de Portugal.
O então PPD e o CDS foram os partidos, e as suas gentes, que
mais sofreu com o PREC, período de trevas que culminou com o denominado 25 de
Novembro de 1975.
Mas os actuais dirigentes daqueles dois partidos ‘direitinhas’
parece que nunca souberam o que os então dirigentes, militantes e simpatizantes
passaram para que estes, os actuais, possam verborreirar, perorar sobre o fútil,
sobre os interesses de grupo ou grupos de interesses que representam, e
esquecem a História dos respectivos partidos.
Daí ser importante recordar este testemunho de Conceição
Monteiro. E se o PPD/PSD era assim “tratado” no Alentejo, o CDS nem ou mal se
atrevia a aparecer!
O CDS tem uma liderança fraca. O resultado eleitoral em
Lisboa deu força à líder, mas com o tempo, sem linha de rumo, a liderança
esfuma-se. A entrevista dada ao jornal esquerdista 'Público' e à tudo menos católica Rádio Renascença em que fala sobre as
eleições brasileiras, mostra a pequenez cívica da entrevistada (1). Tudo dito.
O PSD está em clivagem interna, com um líder que não tem
carisma nem liderança. Cada dia que passa, o PSD fragmenta-se. Com ‘barões’ e ‘baronetes’
engalfinhados, com a viragem ideológica à Esquerda do líder, o futuro não se
avizinha risonho.
E as bases, quer do PSD, quer do CDS, cada vez se revêem menos
nas respectivas lideranças, como se comprova pelas sondagens mais recentes.
Quanto ao PS, será que o partido lembra o papel de Mário
Soares no 25 de Novembro de 1975? Pelo menos na Assembleia Municipal de
Portalegre, não.
E que dizer dos ‘Sá Carneiristas´ de Portalegre que “abominam”
o 25 de Novembro de 1975?
São os tempos que são.
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