Desabafos 2018/2019 - III
Nas suas cento e oitenta primaveras, quantas gerações de
Portalegrenses se abrigaram sob os seus frondosos ramos, do calor, do frio, da
chuva, do sol e também da lua, das estrelas. Ouviu conversas, presenciou amores
e desamores. Que estórias terá o Plátano para contar! Quantos mercados e feiras
aconteceram sob a sua protecção. Sendo a Ágora da Cidade, quanta História
guarda na sua Memória.
Hoje, no Outono de 2018, passados que foram 180 que foi
plantado, o Plátano caminha para o seu próprio Outono. Sim, o Plátano está
doente.
Neste Verão de 2018 já não deu a mesma sombra. É fácil ver
como se encontram as suas pernadas, as suas folhas. O Sol que antes não entrava
por entre a folhagem, este ano já assim não aconteceu.
Não foi de um dia para o outro que o Plátano adoeceu. Terá
quanto muito havido algum desconhecimento da gravidade da situação, e o
tratamento que na Primavera deste ano a que foi sujeito, continua sem os
desenvolvimentos esperados e desejados.
Salta à vista o estado em que se encontra o Plátano, que é
a mais antiga árvore classificada de interesse público portuguesa,
registada em 28 de Agosto de 1938.
É difícil para qualquer Portalegrense imaginar o Rossio sem
o belo e frondoso Plátano. Todavia, a crua realidade alerta para que no futuro
a imagem do Rossio se altere.
Mas que se lembre que as árvores morrem de pé!
Rádio Portalegre, 8 de Outubro de 2018
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