Fernando Correia Pina
O
outono chega de lápis e borracha na mão
olha
para a cidade, quieto durante uns dias,
como
alguém indeciso entre ir e ficar.
Vai
depois pelas ruas e apaga as esplanadas,
os
rubis dos poentes, o verde das folhas,
os
que se amam deitados na relva dos jardins,
os
pássaros de altos ninhos e o azul do céu
a
que o verão dava tons de pré-lavado.
A
seguir com o lápis vais desenhando mangas
compridas
nas t-shirts dos adolescentes
casacos
pesados nos senhores de idade
e
púdicas pernas nos calções das senhoras.
Trepa
depois à árvore por quem se apaixonou
e
despe-a lentamente
até
adormecer entre os seus braços nus.
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