Luís Filipe Meira
O
3º Livro de Rui Cardoso Martins
Apresentado
em Lisboa
*
“Se Fosse Fácil Era
Para os Outros” é o sucessor de “E Se Eu Gostasse Muito de Morrer”,
“um bom romance sobre o Portugal profundo” na opinião de Pedro Mexia, que já
vai na 4ª edição, foi publicado em Espanha e na Hungria e de “Deixem Passar o Homem Invisível”, “um muito bom romance sobre a Lisboa
subterrânea”, na opinião do mesmo Pedro Mexia, que vai na 2ª edição e foi
galardoado com o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de
Escritores.
O 3º romance de Rui
Cardoso Martins (n. Portalegre, 1967) foi apresentado na última 6ª feira em
Lisboa no bar “A Barraca”, num encontro muito concorrido onde se foram cruzando
velhos e novos amigos do escritor com muita gente conhecida do teatro, da
música, do jornalismo, das artes em geral e que numa festa muito bonita montada
a partir de uma ideia de António Eustáquio tentou fugir aos mais ou menos
entediantes lançamentos literários tradicionais.
O autor,
visivelmente bem-disposto, deu as boas vindas, agradeceu a presença e proferiu
parcas palavras de circunstância.
Miguel Martins, o
fadista Camané e o artista plástico Pedro Cabrita Reis fizeram algumas leituras
(in)esperadas.
A música de matriz
norte americana cruzou a preceito os blues da “Tó Bagorro Blues Band” com o jazz
swingante de um combo dirigido
por António Eustáquio e formado a partir da memória da velha e saudosa Opus 1, orquestra nascida e formada no
Conservatório de Portalegre que animou, já lá vão uns lustros, as noites de
Portalegre.
A Grande Música da América foi assim a
escolhida para embalar com som e cor a conversa sobre um livro, cuja história
atravessa on the road, os states desde
os néons dos casinos e hotéis de Las Vegas
até à beleza selvagem de um rio na Geórgia ou das Cataratas do Niágara até à sempre fascinante cadeia de Alkatraz.
Não me cabe a mim,
por manifesta falta de capacidade, aferir a qualidade da escrita de Rui Cardoso
Martins neste livro ou nos anteriores, basta-me gostar de os ter lido e crer na
forma elogiosa com a generalidade dos críticos se lhe referem. Agora o que
posso testemunhar é que nenhum deles é minimamente aborrecido, tal é o
finíssimo sentido humor que o autor faz questão de
utilizar a cada passo. O que me remete para uma curta entrevista que o escritor
e autor de vários best-sellers, Ken Follett deu ao Expresso há poucas semanas.
Dizia o autor de “Os Pilares da Terra”, citando Henry James, que o pior pecado
de um escritor é ser aborrecido.
Ora, Rui Cardoso
Martins pode ser tudo, menos aborrecido.
Luís Filipe Meira
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home