Manuel Isaac Correia
A propósito da notícia em epígrafe,
e que então editámos no Facebook, o nosso particular amigo Manuel Isaac Correia
deixou o seguinte Comentário:
_ «Não costumo dizer mal da
justiça mas li todas as sentenças e alegações deste processo e é absolutamente
extraordinário o porquê de a Relação se pronunciar em sentido oposto ao juiz da
1ª instância (entretanto também ele já Desembargador). O motivo é um único: A
Procuradora da Relação desvalorizou as provas testemunhas que afirmavam que em
Portalegre era público, antes da exoneração de Teresa Samarra, quem seria a
pessoa que a iria substituir. Ou seja, as várias pessoas que foram testemunhar
aquilo que em Portalegre era voz corrente, foram de alguma forma chamadas de
"mentirosas" pela senhora procuradora da Relação, porque não ouviram
o que afirmam (e em Portalegre toda a gente sabe) dito pelos responsáveis do PS
na altura. Ou seja, se os responsáveis políticos do PS não fizeram um
comunicado a anunciar que estavam a mover as suas influências para fazer
substituir Teresa Samarra, então a senhora não foi substituída por razões de
natureza político-partidária, apesar de toda a gente o saber em Portalegre, das
instituições aos partidos, passando pelas mesas e balcões de café, pelo menos
desde uns quatro meses antes, que TS iria ser substituída pela senhora que foi
entretanto nomeada. O que aliás acho normalíssimo no quadro do que é habitual:
o PS estava no poder, TS foi nomeada e posteriormente foi substituída por outra
pessoa da confiança do partido (não digo que concordo, digo que é o habitual, o
que é normal e não há que estranhar). Dizer-se que isto é mentira é que é uma
enorme mentira como todos sabemos.
E só não escrevi ainda em
termos mais públicos porque tenho por princípio não escrever sobre casos antes
do trânsito em jugado. Mas garanto-te que o farei, seja qual for o desfecho.
Por mim, até acho tão natural a exoneração quanto a nomeação (baseadas ambas em
critérios de confiança pessoal e/ou partidários). Entendo que não devia ser
assim, mas é o que é. Agora um tribunal, seja ele qual for, chamar mentirosas
as pessoas que declararam aquilo que toda a cidade podia declarar, ou seja, que
meses antes da exoneração da TS se sabia perfeitamente quem é que tinha sido
escolhido pelo PS para colocar na Escola de Hotelaria, ah, isso comigo compram
uma briga feia. Nomeiem quem quiserem e entenderem, mas nem o Turismo de
Portugal, nem o PS, nem Tribunal nenhum fazem de mim e de Portalegre inteiro
parvos e muito menos me chamam ou nos chamam mentirosos impunemente. Por isso
TS terá toda a minha solidariedade pessoal e institucional neste processo,
ganhe-o ou perca-o. TS foi nomeada para uma função e foi posteriormente exonerada
por motivos político-partidários que todos nós sabemos e conhecemos. Mais, isto
era público em Portalegre (e eu só não o publiquei meses antes porque não é
nosso hábito entrar em quezílias). Eu, repito, no quadro vigente (de que
discordo) tanto acho natural a nomeação como acho a exoneração, mas dizer-se
que exoneração não foi político-partidária e que a nomeação não o foi
igualmente, isso é que é mentir. Foi, foi, foi e continuará a ser e ninguém se
atrecerá a dizer que isto é mentira, pois é público. Agora se a justiça formal
entende que é mentira porque não há uma deliberação pública nem um anúncio
partidário a anunciá-lo, então a Justiça vive mesmo no mundo da fantasia.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home