\ A VOZ PORTALEGRENSE: Manuel Isaac Correia

terça-feira, outubro 23, 2012

Manuel Isaac Correia

A propósito da notícia em epígrafe, e que então editámos no Facebook, o nosso particular amigo Manuel Isaac Correia deixou o seguinte Comentário:
_ «Não costumo dizer mal da justiça mas li todas as sentenças e alegações deste processo e é absolutamente extraordinário o porquê de a Relação se pronunciar em sentido oposto ao juiz da 1ª instância (entretanto também ele já Desembargador). O motivo é um único: A Procuradora da Relação desvalorizou as provas testemunhas que afirmavam que em Portalegre era público, antes da exoneração de Teresa Samarra, quem seria a pessoa que a iria substituir. Ou seja, as várias pessoas que foram testemunhar aquilo que em Portalegre era voz corrente, foram de alguma forma chamadas de "mentirosas" pela senhora procuradora da Relação, porque não ouviram o que afirmam (e em Portalegre toda a gente sabe) dito pelos responsáveis do PS na altura. Ou seja, se os responsáveis políticos do PS não fizeram um comunicado a anunciar que estavam a mover as suas influências para fazer substituir Teresa Samarra, então a senhora não foi substituída por razões de natureza político-partidária, apesar de toda a gente o saber em Portalegre, das instituições aos partidos, passando pelas mesas e balcões de café, pelo menos desde uns quatro meses antes, que TS iria ser substituída pela senhora que foi entretanto nomeada. O que aliás acho normalíssimo no quadro do que é habitual: o PS estava no poder, TS foi nomeada e posteriormente foi substituída por outra pessoa da confiança do partido (não digo que concordo, digo que é o habitual, o que é normal e não há que estranhar). Dizer-se que isto é mentira é que é uma enorme mentira como todos sabemos.
E só não escrevi ainda em termos mais públicos porque tenho por princípio não escrever sobre casos antes do trânsito em jugado. Mas garanto-te que o farei, seja qual for o desfecho. Por mim, até acho tão natural a exoneração quanto a nomeação (baseadas ambas em critérios de confiança pessoal e/ou partidários). Entendo que não devia ser assim, mas é o que é. Agora um tribunal, seja ele qual for, chamar mentirosas as pessoas que declararam aquilo que toda a cidade podia declarar, ou seja, que meses antes da exoneração da TS se sabia perfeitamente quem é que tinha sido escolhido pelo PS para colocar na Escola de Hotelaria, ah, isso comigo compram uma briga feia. Nomeiem quem quiserem e entenderem, mas nem o Turismo de Portugal, nem o PS, nem Tribunal nenhum fazem de mim e de Portalegre inteiro parvos e muito menos me chamam ou nos chamam mentirosos impunemente. Por isso TS terá toda a minha solidariedade pessoal e institucional neste processo, ganhe-o ou perca-o. TS foi nomeada para uma função e foi posteriormente exonerada por motivos político-partidários que todos nós sabemos e conhecemos. Mais, isto era público em Portalegre (e eu só não o publiquei meses antes porque não é nosso hábito entrar em quezílias). Eu, repito, no quadro vigente (de que discordo) tanto acho natural a nomeação como acho a exoneração, mas dizer-se que exoneração não foi político-partidária e que a nomeação não o foi igualmente, isso é que é mentir. Foi, foi, foi e continuará a ser e ninguém se atrecerá a dizer que isto é mentira, pois é público. Agora se a justiça formal entende que é mentira porque não há uma deliberação pública nem um anúncio partidário a anunciá-lo, então a Justiça vive mesmo no mundo da fantasia.