Crónica de Nenhures
Perguntas que ficam no ar
Hoje, Portalegre vive um tempo de mediocridade política e económica.
Com um tecido industrial residual, a outrora importante Finicisa hoje Selenis em vésperas de terminar a sua existência, com um comércio dito tradicional em estado de decrepitude, muitos comerciantes ‘subsistem’ à custa dos senhorios face às baixíssimas rendas que pagam, nada há a esperar quanto à economia neste concelho.
A minoria que está à frente da Autarquia e que gere os seus destinos é politicamente fraca. A oposição na vereação, feita em moldes democráticos pelo PS e pelo PCP, é forte porque os seus elementos têm currículo de competência e não precisam da política para subsistirem quer profissionalmente, quer materialmente.
Se o BE é uma força política fora dos órgãos autárquicos, não tem deixado de ser por isso também uma força oposicionista à minoria.
E não é despiciendo referir que os principais sectores do PSD do concelho de Portalegre há muito se distanciaram da estrutura concelhia do Partido, que é o suporte político da minoria que lidera a CMP.
Resta no xadrez autárquico o CDS, que na Assembleia Municipal tem sido o suporte da frágil minoria. Esta política do CDS, segundo disse à comunicação social o seu líder concelhio e deputado municipal, tem por base um acordo político com o presidente da CMP. Contudo, esse acordo de que fala o deputado municipal do CDS nunca foi tornado público, apenas o próprio referiu algumas generalidades que o mesmo conterá.
Seria importante que o acordo entre o CDS e o presidente da CMP fosse conhecido publicamente, sob pena de permanecer um negrume nada benéfico em Democracia. A transparência na política é fundamental. A suspeição gera um mal-estar, e o CDS no concelho de Portalegre nada tem a ganhar com estes comportamentos. Pelo contrário!
Mas o cerne desta análise tem a ver com a publicação no jornal O Distrito de Portalegre de um Aviso da Câmara Municipal de Portalegre para a “ contratação em regime de contrato de trabalho em funções públicas por tempo indeterminado para o preenchimento 2 postos de trabalho na carreira/categoria de Técnico Superior (Jurista) e Técnico Superior (Desporto) ”.
Mas o cerne desta análise tem a ver com a publicação no jornal O Distrito de Portalegre de um Aviso da Câmara Municipal de Portalegre para a “ contratação em regime de contrato de trabalho em funções públicas por tempo indeterminado para o preenchimento 2 postos de trabalho na carreira/categoria de Técnico Superior (Jurista) e Técnico Superior (Desporto) ”.
O dito Aviso vem na página 20 do referido semanário, no canto inferior esquerdo da mesma.
Num passado recente, nas vésperas da última campanha eleitoral, foi denunciado um conjunto de contratações de pessoal pela CMP. Os nomes em causa foram publicados em jornais locais, e apresentados como pertencentes ao partido que então detinha a maioria na CMP, o PSD.
Como acontece muito em Portalegre, findas as eleições, o assunto deixou de ser tema de debate no campo da ética política, que jamais o fora em termos pessoais ou de carácter.
Agora surge este Aviso, e é legitimo perguntar se o mesmo não tem a ver com o caso passado.
Também é legítimo perguntar, em nome da ética em política, se algo é feito para ‘encaixar’ o que então se quis ‘encaixar’.
Em Portalegre, questiona-se hoje não o número de trabalhadores da CMP, mas sim o número dos seus quadros-técnicos. Agora abre-se concurso para mais dois. E serão mesmo necessários mais quadros-técnicos na área do desporto e na área jurídica da CMP?
Hoje temos a certeza que a oposição está atenta a tudo o que seja prejudicial para o concelho de Portalegre. E que denunciará quaisquer atropelos que a minoria autárquica pretenda levar a cabo.
Mas as perguntas que acima formulámos não deixam de estar no ar!
Mas as perguntas que acima formulámos não deixam de estar no ar!
Mário Casa Nova Martins
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