\ A VOZ PORTALEGRENSE: Crónica de Nenhures

quarta-feira, setembro 23, 2009

Crónica de Nenhures

Faces da mesma moeda
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Domingo é dia de eleições legislativas. Escolhe-se a lista partidária e nela está o nome do candidato que será eleito.
Por ironias da história, ou se se quiser do destino, neste domingo no distrito de Portalegre, o que elege o menor número de deputados, dois, sabe-se de antemão que os ‘contemplados’ serão sempre ‘as duas faces da mesma moeda’!
Se o partido Socialista eleger, como há quatro anos, dois deputados, ambos representam o mesmo partido, pelo que é sempre ‘dose dupla do mesmo’. Se o Partido Socialista elege um deputado e o Partido Social Democrata o outro, é, indiscutivelmente, ‘mais do mesmo’!
No distrito de Portalegre o “Centrão” tem assegurado a eleição de dois deputados.
O cabeça-de-lista do PS é ‘velho político’, cuja carreira se iniciou no Marcelismo, cargos e facto curiosamente omitidos na sua
biografia oficial, e que ininterruptamente tem estado na ribalta da Política. Com uma longevidade política contestada, mesmo internamente no PS local, o certo é que, e por razões que publicamente se conhecem, continua altaneiro a mostrar como em Política funcionam os lobies da mais variada natureza.
Se o PS eleger o segundo deputado, será uma ‘estreia’ para o candidato. Jovem, com ideias, é o contrário do seu antecessor na lista. Merecia ser o ‘primeiro’, num sinal de renovação e de aposta no futuro.
Se o PSD conseguir voltar a eleger um deputado, este também será uma ‘estreia’. O cabeça-de-lista do PSD é um ‘homem do aparelho’. A sua notoriedade pública tem sido construida sempre em cargos de nomeação partidária, e tão só. Afável, não criará problemas ao Partido.

Mas será ‘isto’ que o distrito de Portalegre precisaria, em termos de representação político-partidária no Palácio de São Bento? De certeza que não!
A ‘pequenez’ do distrito em termos demográficos, obriga a que seja praticamente impossível que outros partidos à excepção do PS e do PSD elejam deputados. É certo que o CDS chegou a eleger deputados, em coligação com o PSD ao tempo da AD, e que o PCP nos primórdios da Terceira República também o conseguiu. Mas, na presente circunstância tal é impossível.
Assim, que os ‘aparelhos’, os subsidiodependentes, os carreristas, que votem e elejam os deputados do “Centrão”.
Nós, com civilidade, domingo dia 27 de Setembro de 2009, exercemos o que apelidamos de Voto de Protesto Útil!

Mário Casa Nova Martins

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