Angola
Graças a Bob Geldof, Angola é por este tempo assunto de discussão entre gente que há muito estava silenciosa. Existia como que um pacto de silêncio sobre o que se passa em Angola. Devido aos interesses económicos em jogo, e pelo facto de os principais órgãos de informação estarem nas mãos ou do Estado, casos da RTV e da RDP, ou de grupos económicos privados, os outros canais de rádio e televisão além da imprensa escrita evitam falar de Angola.
Hoje é muito fácil falar abertamente sobre a Sérvia e o Kosovo, Barack Obama e Hillary Clinton, menos sobre a Palestina e Israel, mas Angola fica sempre como que no limbo das notícias. Nunca é de mais recordar que a Economia tem muito mais peso nas relações entre Estados que os Direitos Humanos. A não ser que quem viola os Direitos Humanos seja alguém sem importância geo-estratégica, logo sujeito a crítica e possível e provável julgamento no Tribunal Penal Internacional, ou similar, passível de servir de exemplo (???).
Geldof disse que Angola “é gerida por criminosos”. Não disse nada que por aqui não tivesse sido dito, se bem que de forma mas selecta. Angola é governada por uma cleptocracia, liderada por José Eduardo dos Santos.
Hoje é muito fácil falar abertamente sobre a Sérvia e o Kosovo, Barack Obama e Hillary Clinton, menos sobre a Palestina e Israel, mas Angola fica sempre como que no limbo das notícias. Nunca é de mais recordar que a Economia tem muito mais peso nas relações entre Estados que os Direitos Humanos. A não ser que quem viola os Direitos Humanos seja alguém sem importância geo-estratégica, logo sujeito a crítica e possível e provável julgamento no Tribunal Penal Internacional, ou similar, passível de servir de exemplo (???).
Geldof disse que Angola “é gerida por criminosos”. Não disse nada que por aqui não tivesse sido dito, se bem que de forma mas selecta. Angola é governada por uma cleptocracia, liderada por José Eduardo dos Santos.
Mário
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SUSETE FRANCISCO
O Jornal de Angola (JA) diz que "chegou a hora de dizer basta" ao que qualifica como "os mais baixos ataques ao país" e aos seus dirigentes políticos. O aviso consta de um texto disponível na edição on-line do jornal, e assinado pelo director do periódico estatal, para quem "Lisboa continua, infelizmente, a ser o centro das conspirações contra Angola". Este não é o único artigo a visar os portugueses - num texto não assinado, no mesmo jornal, diz-se que "se o regabofe continua" serão publicadas "listas com os nomes dos quadrilheiros portugueses, que foram capturadas no bunker de Jonas Savimbi [o antigo líder da UNITA, morto em 2002]".
No contraponto às críticas que se têm feito ouvir em Portugal ao regime angolano, depois das declarações de Bob Geldof em Lisboa - o músico irlandês disse que Angola é governada "por criminosos" - o artigo acaba por chegar ao ex-Presidente da República, Mário Soares. "Os governantes angolanos, ao longo de décadas, tiveram de dedicar larguíssimos recursos ao combate sem tréguas a Jonas Savimbi, o lugar-tenente da quadrilha soarista em Angola. Para liquidar esse salteadores, os angolanos deram tudo o que podiam", refere o texto. Noutro trecho, numa referência a Clara Ferreira Alves, é também referida uma "quadrilha soarista" - "mas parece que dali já pouco pinga dos diamantes de sangue, tem de arranjar outro quadrilheiro". A expressão "diamantes de sangue" refere-se à indústria em torno deste mineral, para financiamento de guerras. O DN tentou, sem sucesso, contactar Mário Soares.
Para o Jornal de Angola, "em Portugal alguns órgãos de informação estão ao serviço das mais desvairadas quadrilhas". O periódico aponta baterias ao jornal Público e aos comentadores do programa da SIC Notícias Eixo do Mal - a uns e outros chama "idiotas úteis", "aqueles que os patrões usam para todos os abusos". No caso do painel do Eixo do Mal, vai mais longe: "Aqueles quatro miseráveis mentais estão apostados em levar os abusos de liberdade de imprensa aos níveis mais aberrantes dos tempos em que a PIDE destruía a honra dos oposicionistas ao regime fascista".
Para José Manuel Fernandes, director do Público, estes "ataques do Jornal de Angola, nomeadamente a associação aos diamantes de sangue, são completamente disparatados". O jornalista desvaloriza as afirmações do periódico angolano: "Não insulta quem quer, insulta quem pode e o Jornal de Angola não tem autoridade para isso".
Entre o painel de comentadores do Eixo do Mal os comentários são lacónicos. "A liberdade de opinião existe em Portugal, não existe em Angola", refere José Júdice. "Só comento quando o Jornal de Angola for um jornal", responde Clara Ferreira Alves. E reitera as críticas já expressas na SIC Notícias: o governo de Angola "não é eleito, não é legítimo, não é democrático." Para Luís Pedro Nunes, como para Nuno Artur Silva (moderador do Eixo do Mal) o texto fala por si. Já Daniel Oliveira diz que "há insultos que, vindos de onde vêm, sabem a elogios".
O Jornal de Angola (JA) diz que "chegou a hora de dizer basta" ao que qualifica como "os mais baixos ataques ao país" e aos seus dirigentes políticos. O aviso consta de um texto disponível na edição on-line do jornal, e assinado pelo director do periódico estatal, para quem "Lisboa continua, infelizmente, a ser o centro das conspirações contra Angola". Este não é o único artigo a visar os portugueses - num texto não assinado, no mesmo jornal, diz-se que "se o regabofe continua" serão publicadas "listas com os nomes dos quadrilheiros portugueses, que foram capturadas no bunker de Jonas Savimbi [o antigo líder da UNITA, morto em 2002]".
No contraponto às críticas que se têm feito ouvir em Portugal ao regime angolano, depois das declarações de Bob Geldof em Lisboa - o músico irlandês disse que Angola é governada "por criminosos" - o artigo acaba por chegar ao ex-Presidente da República, Mário Soares. "Os governantes angolanos, ao longo de décadas, tiveram de dedicar larguíssimos recursos ao combate sem tréguas a Jonas Savimbi, o lugar-tenente da quadrilha soarista em Angola. Para liquidar esse salteadores, os angolanos deram tudo o que podiam", refere o texto. Noutro trecho, numa referência a Clara Ferreira Alves, é também referida uma "quadrilha soarista" - "mas parece que dali já pouco pinga dos diamantes de sangue, tem de arranjar outro quadrilheiro". A expressão "diamantes de sangue" refere-se à indústria em torno deste mineral, para financiamento de guerras. O DN tentou, sem sucesso, contactar Mário Soares.
Para o Jornal de Angola, "em Portugal alguns órgãos de informação estão ao serviço das mais desvairadas quadrilhas". O periódico aponta baterias ao jornal Público e aos comentadores do programa da SIC Notícias Eixo do Mal - a uns e outros chama "idiotas úteis", "aqueles que os patrões usam para todos os abusos". No caso do painel do Eixo do Mal, vai mais longe: "Aqueles quatro miseráveis mentais estão apostados em levar os abusos de liberdade de imprensa aos níveis mais aberrantes dos tempos em que a PIDE destruía a honra dos oposicionistas ao regime fascista".
Para José Manuel Fernandes, director do Público, estes "ataques do Jornal de Angola, nomeadamente a associação aos diamantes de sangue, são completamente disparatados". O jornalista desvaloriza as afirmações do periódico angolano: "Não insulta quem quer, insulta quem pode e o Jornal de Angola não tem autoridade para isso".
Entre o painel de comentadores do Eixo do Mal os comentários são lacónicos. "A liberdade de opinião existe em Portugal, não existe em Angola", refere José Júdice. "Só comento quando o Jornal de Angola for um jornal", responde Clara Ferreira Alves. E reitera as críticas já expressas na SIC Notícias: o governo de Angola "não é eleito, não é legítimo, não é democrático." Para Luís Pedro Nunes, como para Nuno Artur Silva (moderador do Eixo do Mal) o texto fala por si. Já Daniel Oliveira diz que "há insultos que, vindos de onde vêm, sabem a elogios".
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"A palavra do director"
No outro texto, numa coluna intitulada "A palavra do director", e assinada pelo próprio, José Ribeiro afirma que "alguns órgãos da imprensa portuguesa fazem gala em propalar mentiras sobre a realidade angolana e difamar os governantes angolanos". "É um hábito que vem de longe e só se justifica pelo ódio ao MPLA, a organização política que derrotou o colonialismo e ajudou a derrubar o regime fascista português", prossegue, desta vez apontando ao director do Expresso. Na última edição do semanário, Henrique Monteiro subscreveu as palavras de Bob Geldof. "Calúnias", diz José Ribeiro, afirmando adiante que "os amigos de Jonas Savimbi, mesmo os que agora se viram contra aquele que lhes serviu fortuna fácil, têm de se habituar a respeitar Angola e os angolanos". "Patético", responde Henrique Monteiro: "Eles não compreendem a nossa liberdade de expressão."
"A palavra do director"
No outro texto, numa coluna intitulada "A palavra do director", e assinada pelo próprio, José Ribeiro afirma que "alguns órgãos da imprensa portuguesa fazem gala em propalar mentiras sobre a realidade angolana e difamar os governantes angolanos". "É um hábito que vem de longe e só se justifica pelo ódio ao MPLA, a organização política que derrotou o colonialismo e ajudou a derrubar o regime fascista português", prossegue, desta vez apontando ao director do Expresso. Na última edição do semanário, Henrique Monteiro subscreveu as palavras de Bob Geldof. "Calúnias", diz José Ribeiro, afirmando adiante que "os amigos de Jonas Savimbi, mesmo os que agora se viram contra aquele que lhes serviu fortuna fácil, têm de se habituar a respeitar Angola e os angolanos". "Patético", responde Henrique Monteiro: "Eles não compreendem a nossa liberdade de expressão."
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