Salazar e Nogueira Pinto
Nogueira Pinto vai defender Salazar
JAIME Nogueira Pinto vai ser o defensor da figura de Salazar no passatempo da RTP Dez Grandes Portugueses.
JAIME Nogueira Pinto vai ser o defensor da figura de Salazar no passatempo da RTP Dez Grandes Portugueses.
in, SOL, 6 de Janeiro de 2007, p. 64
§
De entre os analistas políticos de direita com acesso aos grandes meios de comunicação social portugueses, é Jaime Nogueira Pinto a escolha mais do que previsível para “defender” António de Oliveira Salazar.
Antes do mais, importa referir que este é um programa de entretenimento de uma televisão, feito em moldes populares, onde o que interessa é “ocupar” o horário nobre, sem preconceitos de qualidade ou rigor histórico, mas sim, repete-se, de entreter o espectador e obter shares altos, para daí tirar benefícios económicos em termos de publicidade.
Posto este intermezzo, é evidente que Jaime Nogueira Pinto não vai perder a oportunidade para mostrar o seu conhecimento acerca da personagem, de forma que se tenha do comentador a melhor impressão possível. Aliás, dele outra coisa não seria de esperar.
Oliveira Salazar foi um Homem de Estado, um Político pragmático que colocava a razão de Estado acima de meros projectos conjunturais. Atlantísta, nunca confiou na potência marítima, os EUA, desconfiando tanto de administrações republicanas como democratas. Europeísta quanto baste, tinha admiração pela Pérfida Albion e conduziu o País para a EFTA, não esquecendo a emergência de uma nova realidade económica europeia. Nunca esqueceu o Brasil, enquanto jamais vacilou na política em relação ao Ultramar. Na política económica sempre privilegiou os grupos nacionais, nunca permitindo monopólios ou oligarquias.
Salazar não “fabricou” um delfim ou deixou sucessor. Sabia que com ele o regime que fora moldando à sua imagem acabaria com o seu desaparecimento físico. De facto assim aconteceu, quem o substituiu não esteve à altura da herança que lhe fora deixada.
Se Adriano Moreira nunca deixou de admirar António de Oliveira Salazar, é em Alberto Franco Nogueira que está o continuador da política de Salazar. Preterido, tal como Adriano, na sucessão a Salazar, será seu biógrafo. E deixou para a posteridade uma obra que o honra enquanto historiador.
Jaime Nogueira Pinto era o discípulo dilecto de Franco Nogueira. Jovem Turco durante o marcelismo, desenvolveu uma actividade política no campo das ideias à direita do regime, como virá a fazê-lo na Terceira República.
Por esse facto, a sua escolha pelos responsáveis da RTP é o mais lógico possível. Espera-se e deseja-se que a sua americanofilia e os seus interesses económicos em novos países de língua portuguesa [vide, EXPRESSO, 19 NOVEMBRO 2005, Caderno Economia, p. 10 “Nogueira Pinto quer segurar lusofonia”, texto de Cristiana Martins], não interfiram na análise do consulado salazarista em relação aos Estados Unidos da América e em relação ao Ultramar.
Antes do mais, importa referir que este é um programa de entretenimento de uma televisão, feito em moldes populares, onde o que interessa é “ocupar” o horário nobre, sem preconceitos de qualidade ou rigor histórico, mas sim, repete-se, de entreter o espectador e obter shares altos, para daí tirar benefícios económicos em termos de publicidade.
Posto este intermezzo, é evidente que Jaime Nogueira Pinto não vai perder a oportunidade para mostrar o seu conhecimento acerca da personagem, de forma que se tenha do comentador a melhor impressão possível. Aliás, dele outra coisa não seria de esperar.
Oliveira Salazar foi um Homem de Estado, um Político pragmático que colocava a razão de Estado acima de meros projectos conjunturais. Atlantísta, nunca confiou na potência marítima, os EUA, desconfiando tanto de administrações republicanas como democratas. Europeísta quanto baste, tinha admiração pela Pérfida Albion e conduziu o País para a EFTA, não esquecendo a emergência de uma nova realidade económica europeia. Nunca esqueceu o Brasil, enquanto jamais vacilou na política em relação ao Ultramar. Na política económica sempre privilegiou os grupos nacionais, nunca permitindo monopólios ou oligarquias.
Salazar não “fabricou” um delfim ou deixou sucessor. Sabia que com ele o regime que fora moldando à sua imagem acabaria com o seu desaparecimento físico. De facto assim aconteceu, quem o substituiu não esteve à altura da herança que lhe fora deixada.
Se Adriano Moreira nunca deixou de admirar António de Oliveira Salazar, é em Alberto Franco Nogueira que está o continuador da política de Salazar. Preterido, tal como Adriano, na sucessão a Salazar, será seu biógrafo. E deixou para a posteridade uma obra que o honra enquanto historiador.
Jaime Nogueira Pinto era o discípulo dilecto de Franco Nogueira. Jovem Turco durante o marcelismo, desenvolveu uma actividade política no campo das ideias à direita do regime, como virá a fazê-lo na Terceira República.
Por esse facto, a sua escolha pelos responsáveis da RTP é o mais lógico possível. Espera-se e deseja-se que a sua americanofilia e os seus interesses económicos em novos países de língua portuguesa [vide, EXPRESSO, 19 NOVEMBRO 2005, Caderno Economia, p. 10 “Nogueira Pinto quer segurar lusofonia”, texto de Cristiana Martins], não interfiram na análise do consulado salazarista em relação aos Estados Unidos da América e em relação ao Ultramar.
MM
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