Nuno Narciso esmagador de espelhos
(Grilo Falante é um personagem do desenho animado criado pela Disney
para o conto infantil chamado Pinóquio, escrito por Carlo Collodi)
*
Aquilo não podia estar a acontecer. Mas o que é que se estava a passar, que já não compreendia nada? Nunca falhara desde que o trouxera lá do duque de Saldanha, de um rés-do-chão onde também se jogavam jogos de guerra em computador, em que ele, claro, ganhava sempre graças à sua capacidade de estratégia em cenários de conflito. Nem o major Alvega fazia melhor!
Será que tinha ultrapassado o prazo de validade? Seria ele um humanóide? Mas ao comprá-lo, bem, não o comprara, levara-o e pronto!, ele tinha esse direito porque ganhava sempre. Mas, mesmo assim, deveria ter pedido um documento de garantia?
É bem verdade. Quando se pensa que se tem tudo resolvido, não é que aparece sempre qualquer areiazinha na “engrenagem”? E tudo já estava outra vez nos carris…
Bem, tudo, mas tudo, não. Ainda havia que limar umas arestas. Mas o principal estava sob controlo. O gordo já não chateava muito.
Quem acredita que EU não fui lá a convite do Governo, EU que sou tão mediático, astro fulgurante da rádio e da televisão, cultíssimo, inteligentíssimo e belíssimo (irra!, agora não quero pensar naquele ingrato que de certeza anda a mentir-me). Claro que fui eu que me inscrevi para que o Planeta falasse de mim, ia lá perder esta oportunidade!
Já agora, quem é que tem GPS ou se vai dar ao trabalho de verificar que o edifício do IPIS não fica ao lado do palácio do antigo Xá, mas a cerca de uma hora de automóvel? Pois é, como se isso fosse importante. Qual é o problema de dizer que o Bica do Sapato é ao pé do Galeto ou a Mexicana junto ao Maxime? Parolos! O que interessa é que nem lá perto chegara…, quanto mais ter lá entrado. Era o que faltava! EU misturar-me com aquela gentalha? Haja paciência!
E mesmo que o embaixador confirmasse a inscrição e não o convite, quem é que iria acreditar nele? Coitado, presunção e água-benta cada um toma a que quer…
Mas aquele ingrato é que o estava a apoquentar. Agora também era um negacionista? Da primeira vez ele corara, também da segunda, mas depois começou a afirmar com toda a convicção. O que é que se passaria?
Será que teria, desta vez, que ir contratar o esmagador-mor de ovos de serpente? Não lhe apetecia nada, é tão presunçoso e convencido. Que chatice!
Bem, vamos lá perguntar-lhe pela enésima vez:
_ Espelho meu, há alguém mais belo e inteligente do que EU?
_ Sim, Tomás Noronha.
Será que tinha ultrapassado o prazo de validade? Seria ele um humanóide? Mas ao comprá-lo, bem, não o comprara, levara-o e pronto!, ele tinha esse direito porque ganhava sempre. Mas, mesmo assim, deveria ter pedido um documento de garantia?
É bem verdade. Quando se pensa que se tem tudo resolvido, não é que aparece sempre qualquer areiazinha na “engrenagem”? E tudo já estava outra vez nos carris…
Bem, tudo, mas tudo, não. Ainda havia que limar umas arestas. Mas o principal estava sob controlo. O gordo já não chateava muito.
Quem acredita que EU não fui lá a convite do Governo, EU que sou tão mediático, astro fulgurante da rádio e da televisão, cultíssimo, inteligentíssimo e belíssimo (irra!, agora não quero pensar naquele ingrato que de certeza anda a mentir-me). Claro que fui eu que me inscrevi para que o Planeta falasse de mim, ia lá perder esta oportunidade!
Já agora, quem é que tem GPS ou se vai dar ao trabalho de verificar que o edifício do IPIS não fica ao lado do palácio do antigo Xá, mas a cerca de uma hora de automóvel? Pois é, como se isso fosse importante. Qual é o problema de dizer que o Bica do Sapato é ao pé do Galeto ou a Mexicana junto ao Maxime? Parolos! O que interessa é que nem lá perto chegara…, quanto mais ter lá entrado. Era o que faltava! EU misturar-me com aquela gentalha? Haja paciência!
E mesmo que o embaixador confirmasse a inscrição e não o convite, quem é que iria acreditar nele? Coitado, presunção e água-benta cada um toma a que quer…
Mas aquele ingrato é que o estava a apoquentar. Agora também era um negacionista? Da primeira vez ele corara, também da segunda, mas depois começou a afirmar com toda a convicção. O que é que se passaria?
Será que teria, desta vez, que ir contratar o esmagador-mor de ovos de serpente? Não lhe apetecia nada, é tão presunçoso e convencido. Que chatice!
Bem, vamos lá perguntar-lhe pela enésima vez:
_ Espelho meu, há alguém mais belo e inteligente do que EU?
_ Sim, Tomás Noronha.
MM
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Toda e qualquer semelhança com a realidade, é pura ficção
Toda e qualquer semelhança com a realidade, é pura ficção
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