Isenção
SER DE DIREITA "é viver entre zinabres, bolores e cotões", sustenta o escritor Mário de Carvalho
Nunca houve uma só esquerda. As diversas fontes doutrinárias, os cismas ideológicos, as praxis políticas, as alianças tácticas - a História está cheia de vultos de esquerda em lados contrários da barricada. Sociais-democratas e anarquistas, trotskistas e maoístas, guevaristas e ecologistas - todos se reclamam herdeiros daqueles radicais que se sentaram ao lado esquerdo da Assembleia Nacional Francesa de 1789.
Por algum motivo, ao longo dos tempos parecia ser mais fácil definirem-se na oposição às ideias dos que se sentaram mais à direita na assembleia de Versalhes que marcou a Revolução Francesa e as futuras distinções da Ciência Política.
O escritor Mário de Carvalho, por exemplo, assenta parte do depoimento que prestou ao DN exactamente nessa dicotomia: "Não sei como se pode ser de direita. É viver e pensar entre zinabres, bolores e cotões. A direita não tem, nem nunca teve, princípios: tem preconceitos. A direita não tem, nem nunca teve, propostas: tem slogans. A direita não defende nem nunca defendeu causas: mas interesses. A direita não cria ideias: inventa pretextos. A direita não expressa razões: faz propaganda. A direita é a imagem donosso atraso, responsável e promotora do que há de mais boçal, retrógrado e deprimente na sociedade portuguesa. Quando alguém se clama de direita (e é de ressalvar que, individualmente falando, há na direita gente estimável e respeitável a muitos títulos) assume um lastro de opressão, violência, ignomínia, mentira, obscurantismo, que pesa através dos séculos e que nos vem diminuindo e amesquinhando até aos nossos dias.”
Hoje em dia, muitas esquerdas se revêem nestas palavras. Mas outras talvez não as subscrevam.
Nunca houve uma só esquerda. As diversas fontes doutrinárias, os cismas ideológicos, as praxis políticas, as alianças tácticas - a História está cheia de vultos de esquerda em lados contrários da barricada. Sociais-democratas e anarquistas, trotskistas e maoístas, guevaristas e ecologistas - todos se reclamam herdeiros daqueles radicais que se sentaram ao lado esquerdo da Assembleia Nacional Francesa de 1789.
Por algum motivo, ao longo dos tempos parecia ser mais fácil definirem-se na oposição às ideias dos que se sentaram mais à direita na assembleia de Versalhes que marcou a Revolução Francesa e as futuras distinções da Ciência Política.
O escritor Mário de Carvalho, por exemplo, assenta parte do depoimento que prestou ao DN exactamente nessa dicotomia: "Não sei como se pode ser de direita. É viver e pensar entre zinabres, bolores e cotões. A direita não tem, nem nunca teve, princípios: tem preconceitos. A direita não tem, nem nunca teve, propostas: tem slogans. A direita não defende nem nunca defendeu causas: mas interesses. A direita não cria ideias: inventa pretextos. A direita não expressa razões: faz propaganda. A direita é a imagem donosso atraso, responsável e promotora do que há de mais boçal, retrógrado e deprimente na sociedade portuguesa. Quando alguém se clama de direita (e é de ressalvar que, individualmente falando, há na direita gente estimável e respeitável a muitos títulos) assume um lastro de opressão, violência, ignomínia, mentira, obscurantismo, que pesa através dos séculos e que nos vem diminuindo e amesquinhando até aos nossos dias.”
Hoje em dia, muitas esquerdas se revêem nestas palavras. Mas outras talvez não as subscrevam.
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Manuel Azinhal no post de hoje intitulado “Ser de esquerda” faz referência ao debate que o DN de hoje traz nas suas páginas 2 e 3 do caderno principal.
Da sua leitura, fez o Magnífico Senhor de ‘O Sexo dos Anjos’ perfeita análise.
Apenas transcrevemos este texto que não vem assinado, mas que se pressupõe ser dos responsáveis do trabalho, Fernando Madaíl e Pedro Correia.
Fazemo-lo porque consideramos ser importante a sua divulgação. Porquê? Porque o que lá é dito, se por um lado não merece resposta, por outro, mostra a categoria intelectual de quem o escreveu e daqueles que nele se revêem.
Da sua leitura, fez o Magnífico Senhor de ‘O Sexo dos Anjos’ perfeita análise.
Apenas transcrevemos este texto que não vem assinado, mas que se pressupõe ser dos responsáveis do trabalho, Fernando Madaíl e Pedro Correia.
Fazemo-lo porque consideramos ser importante a sua divulgação. Porquê? Porque o que lá é dito, se por um lado não merece resposta, por outro, mostra a categoria intelectual de quem o escreveu e daqueles que nele se revêem.
MM
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