Reaganeconomics
Há 25 anos, o Presidente Ronald Reagan lançou o «Economic Recovery Tax Act» - o pacote reformista com que - em associação com Margaret Thatcher - começou a pôr cobro à crise de confiança da América e do Ocidente.
Foi, de facto, em Agosto de 1981. Perante a indignação da «inteiligentsia» bem pensante, o velho «cowboy» baixou os impostos em 25%, abrindo caminho a uma espectacular recuperação económica e a uma nova era de prosperidade e confiança.
Já poucos se lembrarão do clima que então reinava no Ocidente. O ciclo de inflação e desemprego elevados - a chamada estagflação - parecia imparável. A revista «Newsweek» escrevia nessa altura que Reagan enfrentava «a crise económica mais perigosa desde que Franklin Roosevelt tomou posse, há 48 anos». A União Soviética parecia também imparável: avançava no Afeganistão, em vários pontos de África, na Nicarágua e outros países da América Latina.
Foi nesta situação que Ronald Reagan anunciou a ruptura com o consenso estatista dominante de «tax and spend». Esse consenso foi inesquecivelmente descrito por ele: «se algo se move, apliquem-lhe um imposto; se continuar a mover-se, aumentem o imposto; se parar, dêem-lhe um subsídio». Reagan anunciou uma política radicalmente diferente: cortar nos impostos e nos subsídios, encorajando as pessoas a poupar e as empresas a trabalhar, ganhar, poupar e investir.
Em artigo recente, «The Wall Street Journal» recorda os incríveis resultados dessa mudança - incríveis mesmo para aqueles que a defenderam. Nos últimos 25 anos, a riqueza americana cresceu em 25 triliões de dólares Foram criados 40 milhões de novos postos de trabalho, mais do que no resto do mundo industrializado. O imposto máximo sobre os rendimentos pessoais e das empresas é hoje de 35%, contra 70% e 48%, respectivamente, em 1981 — antes do «Economic Recovery Tax Act», de Ronald Reagan.
A nova política de Reagan foi ganhando eco na Europa. Nos países industrializados, a média do imposto sobre os rendimentos pessoais é hoje de 43%, contra 67% em 1980. A média do imposto sobre as empresas é 29%, contra 48% naquela data. O império soviético entretanto implodiu, e os ex-membros lideram agora o campeonato mundial para baixar os impostos: impostos únicos («flat tax») tendem a ser a norma; no Leste europeu rondam os 25% e a Rússia tem hoje 13%.
Muita gente continua a ver na política de Reagan a marca do desprezo pêlos pobres e do favorecimento dos ricos. Ignoram os factos e a origem intelectual dessa política. Adam Smith e os iluministas escoceses que a inspiraram eram filósofos morais, defensores da benevolência e da compaixão - que viam emergir do sentimento natural de «fellow-feeling». E acreditavam que esses sentimentos não eram contraditórios com outro legítimo impulso natural: o de melhorar a condição de cada um e da sua família. Benevolência e empreendimento seriam impulsionados por um sistema de liberdade natural: comércio livre, impostos baixos, justiça célere e imparcial. Parece impossível. Mas funcionou.
Foi, de facto, em Agosto de 1981. Perante a indignação da «inteiligentsia» bem pensante, o velho «cowboy» baixou os impostos em 25%, abrindo caminho a uma espectacular recuperação económica e a uma nova era de prosperidade e confiança.
Já poucos se lembrarão do clima que então reinava no Ocidente. O ciclo de inflação e desemprego elevados - a chamada estagflação - parecia imparável. A revista «Newsweek» escrevia nessa altura que Reagan enfrentava «a crise económica mais perigosa desde que Franklin Roosevelt tomou posse, há 48 anos». A União Soviética parecia também imparável: avançava no Afeganistão, em vários pontos de África, na Nicarágua e outros países da América Latina.
Foi nesta situação que Ronald Reagan anunciou a ruptura com o consenso estatista dominante de «tax and spend». Esse consenso foi inesquecivelmente descrito por ele: «se algo se move, apliquem-lhe um imposto; se continuar a mover-se, aumentem o imposto; se parar, dêem-lhe um subsídio». Reagan anunciou uma política radicalmente diferente: cortar nos impostos e nos subsídios, encorajando as pessoas a poupar e as empresas a trabalhar, ganhar, poupar e investir.
Em artigo recente, «The Wall Street Journal» recorda os incríveis resultados dessa mudança - incríveis mesmo para aqueles que a defenderam. Nos últimos 25 anos, a riqueza americana cresceu em 25 triliões de dólares Foram criados 40 milhões de novos postos de trabalho, mais do que no resto do mundo industrializado. O imposto máximo sobre os rendimentos pessoais e das empresas é hoje de 35%, contra 70% e 48%, respectivamente, em 1981 — antes do «Economic Recovery Tax Act», de Ronald Reagan.
A nova política de Reagan foi ganhando eco na Europa. Nos países industrializados, a média do imposto sobre os rendimentos pessoais é hoje de 43%, contra 67% em 1980. A média do imposto sobre as empresas é 29%, contra 48% naquela data. O império soviético entretanto implodiu, e os ex-membros lideram agora o campeonato mundial para baixar os impostos: impostos únicos («flat tax») tendem a ser a norma; no Leste europeu rondam os 25% e a Rússia tem hoje 13%.
Muita gente continua a ver na política de Reagan a marca do desprezo pêlos pobres e do favorecimento dos ricos. Ignoram os factos e a origem intelectual dessa política. Adam Smith e os iluministas escoceses que a inspiraram eram filósofos morais, defensores da benevolência e da compaixão - que viam emergir do sentimento natural de «fellow-feeling». E acreditavam que esses sentimentos não eram contraditórios com outro legítimo impulso natural: o de melhorar a condição de cada um e da sua família. Benevolência e empreendimento seriam impulsionados por um sistema de liberdade natural: comércio livre, impostos baixos, justiça célere e imparcial. Parece impossível. Mas funcionou.
João Carlos Espada, ‘Mar Aberto’
in, Expresso, 26 AGOSTO 06, Caderno 1, pg. 19
in, Expresso, 26 AGOSTO 06, Caderno 1, pg. 19
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