Desabafos, 2014/2015 - XVI
No passado dia 11 de
abril, Portalegre foi notícia num jornal de âmbito nacional. Há muito que se
está habituado a que a cidade não seja motivo de notícia, ou notícias. Todavia,
agora foi e pelas piores razões.
Uma Instituição de
Portalegre, cidade e região, quase centenária, foi utilizada para fins mais do
que condenáveis. O jornal «i» titulava “Estrela de Portalegre. A escravatura
dos tempos modernos”, e a notícia era claramente explicativa e esclarecedora.
Diga-se que mal a
nova direcção do Sport Clube Estrela tomou posse, acabou de imediato com esta
dramática situação, o que se louva e que honra quem a preside.
Mas tão grave como o
que se passava, é o que se passou em Portalegre. Parece que nada aconteceu!
Essa gente que num
dia apareceu na cidade, prometendo miríficos investimentos, foi de imediato
rodeada pelas ‘forças vivas’ locais, recebida na Câmara Municipal com pompa e
circunstância, como então a comunicação social indígena mostrou, apoiou e
entrevistou.
Contudo, o silêncio
que se abateu sobre este infame e vil caso, é perturbador. Mostra que
Portalegre não tem Alma, que perdeu a capacidade de se indignar, de se revoltar
e pedir contas aos responsáveis! A inimputabilidade que reina e gere os
destinos de Portalegre, assusta.
Outrora, não há muito
tempo, Portalegre era uma cidade importante, quer pela sua indústria,
agricultura, comércio e serviços. As suas Instituições funcionavam e eram
respeitadas, assim como a própria Igreja Católica. Hoje em dia vive-se da
aparência!
Hoje, prova-se,
Portalegre é uma cidade sem Alma e uma cidade sem Alma é uma cidade morta,
putrefacta.
in, Rádio Portalegre, Desabafos, 20/04/2015
Mário Casa Nova Martins
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