Eusébio da Silva Ferreira
Eusébio o Rei que
reinou
A História alimenta-se de Mitos e Heróis. E quem melhor do
que a Morte para os criar, e os fazer perdurar para a Eternidade!
Morreu na madrugada do passado domingo dia 5 de janeiro em
Lisboa, Eusébio da Silva Ferreira. Natural de Moçambique, nasceu em Lourenço
Marques, actual Maputo, a 25 de Janeiro de 1942 no Bairro de Mafalala.
Começou a sua carreira desportiva no Sporting de Lourenço
Marques, vindo depois para o Sport Lisboa e Benfica. Em Portugal jogou também
no Sport Clube Beira-Mar e União de Futebol Comércio e Indústria de Tomar.
Também jogou em clubes dos EUA, México e Canadá.
Eusébio jogou pelo Benfica 15 dos seus 22 anos como jogador
de futebol. Ainda hoje detém o recorde de golos dos encarnados com 638 golos em
614 jogos oficiais. No Benfica ganhou 11 Campeonatos Nacionais, 5 Taças de Portugal, 1 Taça dos Campeões Europeus e
ajudou a alcançar mais três finais da Taça dos Campeões Europeus. Foi o
maior marcador da Taça dos Campeões Europeus em 1965, 1966 e 1968. Ganhou ainda
em Portugal a Bola de Prata sete vezes. Foi o primeiro jogador português a
ganhar a Bota de Ouro, em 1968, façanha que mais tarde repetiu em 1973.
Jogou sessenta e quatro vezes
pela Selecção Nacional, onde marcou 41 golos. Ao todo, na sua carreira marcou
733 golos em 745 jogos oficiais
Esteve em Portalegre por duas
vezes, a primeira pelo Sport Lisboa e Benfica num jogo particular com o Grupo
Desportivo Portalegrense, mas não chegou a jogar, e pelo União de Tomar num
jogo oficial com o Sport Clube Estrela.
Eusébio da Silva Ferreira chegou a Lisboa a 15 de dezembro
de 1960. Estreou-se no Estádio da Luz a 23 de maio de 1961, num jogo amigável
contra o Atlético Clube de Futebol em que marcou 3 dos quatro golos do Benfica.
O France Football considera-o o segundo
melhor jogador do mundo, em 1962. A carreira de Eusébio foi recheada de lesões,
tendo sido operado 6 vezes ao joelho esquerdo e 1 vez ao direito. O SLB fez-lhe
uma festa de despedida, em Setembro de 1973. O seu último jogo com a camisola
do Benfica foi no dia 18 de junho de 1975, frente a uma seleção africana, em
Casablanca. Continuou ainda a jogar até 1979.
Eusébio é um símbolo nacional.
Também mundial, como se prova pelas manifestações de pesar que aconteceram nos
Cinco Continentes.
As principais instâncias do
futebol ao longo do tempo homenagearam Eusébio, e ele foi Embaixador delas
próprias.
Eusébio acompanhou a evolução do
futebol no mundo. A televisão mostrou desde 1962 Eusébio, tornou-o figura
mundial, dando também a conhecer o Benfica e principalmente Portugal.
E mesmo depois de acabar a sua
carreia desportiva, o Futebol nunca dele se esqueceu. O denominado Planeta do Futebol
está de luto. Uma das suas maiores glórias partiu para a Eternidade.
Mas o mito de Eusébio
acompanhou-o ainda em vida, coisa rara nos mortais. O mito nasceu logo após o
final de um jogo Inglaterra – Portugal, em pleno, também ele mítico, Estádio de
Wembley, em 26 de julho de 1966. Eusébio passou a ser conhecido pelo King. Eusébio
é Rei!
Também a Eusébio começaram a
chamar Pantera Negra, felino nobre. Os cognomes o Rei, a Pantera Negra
impuseram-se ao ídolo do futebol, mas o nome Eusébio, esse é Imortal.
Eusébio da Silva Ferreira foi
sempre um homem do futebol, nunca esqueceu a sua terra natal, e amou
verdadeiramente Portugal. Homem simples, homem do povo, aceitou as homenagens
com que os Regimes o quiseram honrar. A sua carreira desportiva tornou-o um
ídolo no e para o Império. Foi, será o último Herói do Império. Figurará entre
tantos outros como um Mouzinho ou um Afonso de Albuquerque. Os seus feitos
ultrapassaram as fronteiras da sua terra, do seu país. Eusébio é maior que
Portugal.
Honremos a sua Memória.
Mário Casa Nova Martins
in, Alto Alentejo, 08-01-2014, pg.2
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