Eleições na SCMP
Eleições na SCMP - I
Santa Casa da Misericórdia…
… ou a falta dela
Praticamente desde toda a Terceira República, salvaguardando honrosas excepções, a Santa Casa da Misericórdia de Portalegre é palco de uma luta pela liderança com contornos políticos.
É verdade que gente militante do PSD e do PS tem estado à frente desta Instituição secular, alternando a liderança. A composição da equipa directiva como que obedece a um principio, não escrito, evidentemente, que se quem está em primeiro lugar é do PS, o segundo é do PSD, ou vice-versa. Depois há também uns ‘independentes úteis’, que no caso são ‘inúteis’, porque não têm qualquer poder de decisão, embora, é notório, se sentem muito importantes, sem, no fundo, eles próprios perceberem ou saberem bem porquê.
Desta forma, enquanto se vê nas outras Misericórdias da região a prestação de um serviço de qualidade, por aqui, ‘aos costumes, nada’!
Mas, não deixa de ser interessante constatar que, face ao peso, à importância que a igreja católica tem nas Misericórdias, em relação à Santa Casa da Misericórdia de Portalegre é notório um alheamento que raia a displicência.
Recentemente, e a comunicação social local disso fez eco, a SCMP esteve envolvida num processo em tribunal, movido por uma funcionária. Não vamos falar da ou das decisões do tribunal, apenas queremos recordar que na cidade de Portalegre o caso foi muito falado e acompanhado até ao final.
Todo este caso poderia ter sido o fio condutor para que as consciências adormecidas tivessem acordado para o problema que é o futuro da Instituição, criando-se na sociedade civil um alerta que levasse a que o seu futuro fosse pensado e discutido fora dos círculos da política local.
Como nada aconteceu, também nada se alterou ou se vai alterar no futuro.
Um lar para a terceira idade nunca devia funcionar como um ‘depósito de familiares em final de vida’. Mas é isso que acontece na larga maioria das vezes que um idoso chega a um lar. A família demite-se, e aquele ‘fardo’ é ‘depositado’, e muitas das vezes fica como que ‘esquecido’, abandonado como se fosse ‘bagagem não reclamada’.
Desta forma, os familiares o que querem é não ter preocupações, deixando o idoso ao abandono e ao arbítrio de quem sabe que tem impunidade face aos actos que pratique.
Há anos que diariamente acompanhamos o serviço de apoio ao domicílio da Santa Casa da Misericórdia de Portalegre. Quem nos conhece sabe as razões.
Temos que dizer que ao longo desses anos nada temos a apontar quanto a profissionalismo. De todas as funcionárias nada temos a dizer, e o mesmo dizemos do serviço de secretaria, onde vamos uma vez por mês. Quem dirige estes dois serviços é competente, e quem os executa é também competente.
Mas o que dizer das instalações da SCMP? As instalações têm as condições mínimas para albergar os utentes do lar? As instalações do lar têm condições de segurança? Se houver uma inundação, um incêndio, um tremor de terra, as normas de segurança face a qualquer destes acidentes funcionarão?
Há ainda mais questões desta ordem a colocar, e que deveriam merecer a atenção de quem tem familiares na Instituição de Solidariedade Social.
Com o surgimento de uma candidatura às próximas eleições para a Santa Casa da Misericórdia de Portalegre, a campanha eleitoral está no terreno.
Mário Casa Nova Martins
_______
Eleições na SCMP - I
Eleições na SCMP - II
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home