Fernando Salgueiro de Sousa
Na passada quinta-feira, dia 31 de Março de 2011, estivemos pelas 18h30 na Biblioteca Pública de Évora a apresentar o livro do dr. Fernando Salgueiro de Sousa, a seu convite, «O Princípio Ético».
Reproduzimos o texto que apresentámos.
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Fernando Salgueiro de Sousa nasce em Anobra, concelho de Condeixa, distrito de Coimbra, em 13 de Junho de 1950.
Cursou Sociologia, sendo licenciado em Filosofia pela Universidade de Évora, licenciatura que enriqueceu com o curso de Aptidão Pedagógica para formadores e professores.
Frisa no seu currículo a qualidade de ex-combatente do Ultramar. É ex-funcionário hospitalar, e encontra-se actualmente aposentado como técnico de Finanças.
Tem obra publicada em jornais, como no semanário «Alto Alentejo», de Portalegre, em revistas, como na «Plátano – Revista de Arte e Crítica de Portalegre», entre outros.
Tem publicado dois livros, ambos pelas Edições Colibri, de Fernando Mão-de-Ferro, sendo o primeiro intitulado «Sombras do Tempo – Prosa e Poesias», datado de Julho de 2008, e o mais recente, que hoje aqui apresentamos, com o título «O Princípio Ético», de Maio de 2010.
Tem residência em Portalegre, mas passa muito do seu tempo em Lisboa e em Munique.
Fernando de Sousa quis vir à capital do Alto Alentejo, onde se encontra a Universidade em que se licenciou, e da qual guarda as mais gratas recordações, pessoais e científicas, e num local de Cultura e de prestígio como é a Biblioteca Pública, dar a conhecer o seu último trabalho.
Fernando de Sousa quis vir à capital do Alto Alentejo, onde se encontra a Universidade em que se licenciou, e da qual guarda as mais gratas recordações, pessoais e científicas, e num local de Cultura e de prestígio como é a Biblioteca Pública, dar a conhecer o seu último trabalho.
Évora é para Fernando de Sousa, a cidade que lhe despertou o espírito para o Conhecimento. Na sua Universidade bebeu com Mestres como Manuel Ferreira Patrício e José Manuel de Barros Dias. Com o que a universidade de Évora deu em termos de Saber a Fernando de Sousa, temos hoje um produto cultural de qualidade que é «O Princípio Ético».
Mas antes de falarmos da obra que hoje nesta sala da Biblioteca Pública de Évora é apresentada, terá todo o interesse referir a primeira obra publicada pelo autor, «Sombras do Tempo – Prosas e Poesias».
A primeira parte é composta por ‘prosas’, conjunto de dez curtos textos, pequenas histórias onde o maravilhoso e o fantástico estão presentes. A segunda parte é composta por ‘poesias’, num conjunto de sessenta e três poemas, que abordam várias temáticas, muitas delas intimistas, como é exemplo “Um Ser Só” (página 107):
Estou exausto no meu pathos
Estou exausto no meu pathos
Dentro do meu ser mórbido e atraiçoado
Ferido na sensação ontológica e na mais
Refinada sabedoria
Jurando na cruz de um Deus amaldiçoado
Metido neste pensamento singelo na mais
Metido neste pensamento singelo na mais
Justa e bela sabedoria
Tempo grego e romano
Preso no meu corpo e na criação da minha
Filosofia
Pouco atento ao mundo a tristeza que
Consome o meu espírito deixa-me levar
Nas asas do meu pranto
O prefácio a «Sombras do Tempo – Prosas e Poesias» é da autoria do antigo reitor da Universidade de Évora, Manuel Ferreira Patrício.
O prefácio a «Sombras do Tempo – Prosas e Poesias» é da autoria do antigo reitor da Universidade de Évora, Manuel Ferreira Patrício.
É de grande interesse, porque antes de situar a obra na vida do autor, faz uma descrição de como conheceu e como acompanhou o Aluno e o Homem nos anos da Licenciatura em Filosofia. É fácil concluir que desse tempo ficou uma forte amizade, que se traduziu na elaboração do prefácio. Dele é justo destacar algumas passagens.
Escreve Manuel Patrício:
_ “Sei, por continuada e insistente aproximação sua, que este livro é um ponto de chegada de um percurso há muito iniciado. Ainda Fernando de Sousa estava a dar os últimos passos como aluno, já nasciam os primeiros com escritor-ensaista, prosador e poeta”.
Mais adiante escreve:
_ “À autenticidade de Fernando de Sousa está como irmã siamesa associada a ingenuidade, no sentido nobre e histórico destes tempos. Autêntico, Fernando de Sousa é ele mesmo, não é outro, cópia de outro ou similar a outro; é legítimo, é verdadeiramente o que é, sem logro ou desvio a si. Também é ingénuo, e por isso mesmo. É simples franco, sincero, cândido, inocente. Como ensina a língua latina, é puro, não alterado, probo, honesto. Quem o conhece, sabe que está retratado Fernando de Sousa.”
E esta descrição feita pelo doutor Manuel Patrício é um auxiliar indispensável para se conhecer e entender a segunda obra de Fernando de Sousa, «O Princípio Ético».
Em termos descritivos, «O Princípio Ético», é constituído por sete ensaios, assim enunciados:
Em termos descritivos, «O Princípio Ético», é constituído por sete ensaios, assim enunciados:
_ O problema Histórico
_ A Dignidade da Pessoa Humana
_ O Princípio Ético – O Método
_ A Ética como Fim
_ O Homem Decadente
_ A Verdade do Homem – A Moral
_ O Homem em Si
É também um professor da Universidade Évora, da área da Filosofia, quem faz o prefácio deste segundo livro de Fernando de Sousa.
José Manuel de Barros Dias escreve que de todas as vivências do autor “a um tempo pessoais, profissionais e académicas Fernando de Sousa teve o discernimento para compor uma concepção do mundo e da vida que quer um mundo mais humano, e, portanto, melhor para os seres humanos”.
Afirma que “«O Princípio Ético» é, neste sentido, um livro que fala como um homem. Aqui, mais do que o ramalhete da forma literária, interessa a Fernando de Sousa o programa de acção. E, neste âmbito, é o homem novo, aquele que se submeterá aos preceitos da vida ordenada a partir de um travejamento axiológico que se teve em ruptura com os paradigmas já havidos”.
Como diziam os antigos, ‘em Roma sê romano’. Aqui, em Évora, quis ser eborense, ao recorrer às palavras de tão ilustres professores da sua vetusta Universidade, Manuel Patrício e Barros Dias. Ambos creditam as obras de Fernando de Sousa.
Nesta sua obra, o autor afirma que “o “princípio ético”, como novo rumo do homem e da sociedade contemporânea, não é nacional. Ele deve ser universal, isto é, devem servir a humanidade num princípio de liberdade e respeito pelas culturas existentes em cada espaço geográfico”.
Nesta sua obra, o autor afirma que “o “princípio ético”, como novo rumo do homem e da sociedade contemporânea, não é nacional. Ele deve ser universal, isto é, devem servir a humanidade num princípio de liberdade e respeito pelas culturas existentes em cada espaço geográfico”.
E como tal, é fundamental saber-se que “a sociedade é composta pelas famílias, pelos grupos, pelas entidades, pelas organizações e pelo Estado que, ao fim e ao cabo, somos todos nós”. Assim como que “a Ética estuda os fundamentos axiológicos dos seres humanos, através da cultura de cada povo e padrões de vida e comportamento”.
Assim, chega-se à afirmação de que “o chamado “Princípio Ético” tem por base a reabilitação da sociedade que deve ser feita dentro dum diálogo rico em humanismo e em valores na consagração de esforços sempre e só num sentido: a elevação do espírito e a dignidade da pessoa humana” (páginas 56 e 57). Consequência e razão aqui demonstradas.
É um privilégio estar nesta Casa de Cultura a apresentar esta obra de Fernando de Sousa. Estou-lhe grato pelo convite, pela oportunidade.
É um privilégio estar nesta Casa de Cultura a apresentar esta obra de Fernando de Sousa. Estou-lhe grato pelo convite, pela oportunidade.
Tenho a certeza que com a leitura de «O Princípio Ético», todos ficaremos melhor preparados para intervirmos no presente para construirmos o futuro.
Mas quem melhor que o autor para agora nos falar da sua obra?
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