\ A VOZ PORTALEGRENSE: Mário Silva Freire

quinta-feira, março 10, 2011

Mário Silva Freire

CRÓNICAS DE EDUCAÇÃO – XXXVIII

Analisar, sintetizar e avaliar – palavras-chave no conhecimento

Dando sequência às duas crónicas anteriores, abordam-se, agora, aqueles níveis que traduzem os pontos altos do conhecimento. Eles têm a ver com capacidades mentais que, sendo bem exercitadas na escola, gerariam cidadãos mais criativos, mais capazes de elaborarem os seus juízos com fundamentos e tomarem as suas decisões com menos preconceitos e mais verdade, tendo em consideração o que é e não é essencial.
Com a análise pretende-se que o aluno distinga, entre vários aspectos, o certo do hipotético, que identifique os dados que conduzem a uma conclusão, que separe o que está realmente provado do que não está provado e se as conclusões são coerentes com as provas obtidas, que detecte os erros lógicos ao longo de uma argumentação…
A síntese tem a ver com a capacidade de agrupar os elementos ou partes para constituir um todo, mas um todo que não é a mera soma das partes mas, antes, algo de novo a que não se tenha ainda chegado. Este nível é aquele que proporciona o maior número de possibilidades para pôr em relevo a capacidade criadora mas, também, organizadora do aluno. Pode exemplificar-se esta actividade mental através de uma composição em que o aluno utilize uma estruturação de conceitos e de frases, que tenha a capacidade para idealizar procedimentos que comprovem uma hipótese, que elabore um plano ou uma série de actividades, devidamente programadas…
Finalmente, a avaliação diz respeito à capacidade para formular juízos sobre o valor de certas ideias, trabalhos, métodos, materiais…, para um fim determinado, tendo em consideração determinados critérios e normas. Avaliar não é o mesmo que opinar. Só poderá falar-se em formulação de juízos de valor se eles forem construídos a partir de certos critérios como a precisão, a coerência lógica, etc.
Enfim, ensinar o conhecimento é proporcionar ao aluno as ferramentas, de modo que se conheça melhor a si próprio mas, também, ao mundo que o rodeia. Ensinar o conhecimento é fazer do aluno, com as aplicações que fizer desse mesmo conhecimento, com as análises que produzir, com as sínteses que estabelecer e com as avaliações criteriosas que formular, um cidadão mais esclarecido, mais culto e mais produtivo à sociedade.
Mário Freire