\ A VOZ PORTALEGRENSE: Ciclo de Conferências de Senadores - VI

sexta-feira, dezembro 03, 2010

Ciclo de Conferências de Senadores - VI

Texto de Apresentação

A feliz ideia do meu querido amigo, Prof. Dr. Avelino Bento, docente deste Instituto, de trazer a Portalegre um conjunto de senadores da actual República, foi de pronto agarrada pela Presidência do Instituto Politécnico de Portalegre. E em boa a hora o fez.
Aberto à cidade e à sua envolvência, o Instituto Politécnico, ao promover este ciclo de conferências de senadores “A República e o Mundo”, permitiu que uma lufada de ar fresco, perdão, uma rajada de suão, fustigasse a nossa terra promovendo um episódio impar de animação cultural, na sua mais elevada expressão.
Há 500 anos Goa foi tomada por Afonso de Albuquerque, há 35 o 25 de Novembro de 1975 aconteceu e hoje em Portalegre, cidade onde as ruas 1º de Maio – Feriado municipal na 1ª República –, 31 de Janeiro – malograda revolta republicana e a 5 de Outubro se juntam no Rossio da Liberdade, que um discreto, sereno e grande autor material da nossa actual República, vem proferir uma conferência, a última, do Ciclo já referido.
Feliz coincidência e grande augúrio para o que vamos ouvir, decerto interessantíssimo, como é timbre do orador.
A mim cabe-me, agora, respondendo com honra e agrado ao convite do Sr. Presidente do Instituo Politécnico de Portalegre, apresentar o senador desta sessão, o Sr. General do Exército José Alberto Loureiro dos Santos.
Nascido em Trás-os-Montes, no concelho de Sabrosa, iniciou a sua vida militar na Escola do Exército, hoje Academia Militar, em 1953, tendo vindo a ingressar na arma de Artilharia. Em 1993 após 40 anos de vida militar passou à reserva.
Este oficial de artilharia foi recheando a sua vida com formação específica. Realço os Cursos de Estado-Maior, em Portugal e o de Comando e Estado-Maior do Exército Brasileiro, equivalente a um doutoramento em Ciências Militares. Duas comissões de serviço no antigo Ultramar português, fazem parte da sua vida operacional.
Militar impoluto, o Sr. General Loureiro dos Santos foi, como oficial superior graduado em general de quatro estrelas Vice-Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas e consequentemente membro do Conselho da Revolução, nos finais dos anos setenta, altura em que a Chefia do Estado-Maior General das Forças Armadas pertencia ao Sr. General Ramalho Eanes, que também exercia os cargos de Presidente da República e do Conselho da Revolução.
O Sr. General Loureiro dos Santos foi, ainda, Comandante-Chefe das Forças Armadas na Madeira, Director do IAEM e Chefe do Estado-maior do Exército, contribuindo notavelmente, para a reestruturação das Forças Armadas.
Encarregado do Governo e Comandante-chefe de Cabo Verde, ministro da Defesa nos IV e V governos constitucionais, com os primeiros-ministros Mota Pinto e Lurdes Pintassilgo, professor no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas o Sr. General Loureiro dos Santos continuou a contribuir, de forma activa, para a consolidação e Institucionalização da actual República.
Sócio efectivo da Academia das Ciências de Lisboa, com sólida implantação no meio universitário, quer através da docência quer por pertencer a Conselhos Científicos, de Honra e Geral de Institutos superiores e Universidades o Sr. General Loureiro dos Santos é, ainda, um publicista de renome. O seu primeiro livro “Apontamentos de História para Militares, foi publicado em 1979.
A este seguiram-se mais doze.
Os últimos, denominados “Reflexões sobre estratégia” são seis volumes em que o nosso orador reflecte sobre este tema, conceito lato e globalizante que nos traz a dimensão do pensador intitulando-se o volume seis, publicado no ano passado “As Guerras que já estão aí e as que nos esperam, se os políticos não mudarem – Reflexões sobre Estratégia VI”
É num mundo onde os tradicionais três espaços operacionais, terra, mar e ar, se vêem acrescidos de outros tantos, o exterior, o cibernético e o mediático, que o nosso orador, pensador actual e homem de acção, norteado pelos valores claros, da Honra, da Liberdade e da Justiça e pelo espírito de bem servir os portugueses e a sua pátria, Portugal, se insere.
Referi à pouco a tomada de Goa em 1510, fi-lo para agora lembrar uma frase de Garcia da Horta, que por lá andou nessa altura:
_ “Aprende-se mais com um português num ano que com os romanos em cem”
Ouçamos, então, as palavras do Sr. General Loureiro dos Santos.
Carlos Zuzarte Rôlo