Jorge Luís Lourinho Mangerona
Bem prega Frei Tomás…
Vai por aí um grande escândalo com as medidas do Senhor Sarkozy de repatriamento de indivíduos de etnia cigana. A nossa esquerda gritou contra o ultraje e elegeu o dito Sarkozy como um novo Hitler, responsável por um novo Holocausto. Considero que o Primeiro Ministro francês não é personagem que se recomende e que não será mais que uma nota de rodapé na história da França. Sarkozy e os franceses são actualmente os fidalgos arruinados da Europa: resta-lhes a pose. Perdida a supremacia da língua em favor do Inglês, com uma economia ultrapassada por outras potências, os franceses são um dos povos mais chauvinistas da Europa e não conseguem digerir o facto de terem de deixado ser o centro da Europa (…e do mundo!). Como alguém disse, o melhor de França é Paris, apesar dos Franceses. Começava também a maldizer o marido da Carla Bruni quando, no fim-de-semana passado, num dos cadernos do jornal Público, leio “Foi Portugal que inaugurou a política de retirar a nacionalidade a cidadãos que marcou o século XX”. Não me digam que até neste lamentável episódio retiramos o protagonismo ao gaulês? A situação não é a mesma mas não sei o que é pior: se repatriar, se tirar a nacionalidade a quem nasceu em solo pátrio. Mas vamos à história…Com a entrada de Portugal na Primeira Guerra, em Março de 1916, os jornais começaram a defender a necessidade de aplicar leis restritivas aos cidadãos de origem alemã. Nada de novo não fosse o caricato de algumas situações: alguns dos atingidos tinham nascido em Portugal quase cem anos antes, outros eram cidadãos portugueses que tinham adquirido a nacionalidade alemã por casamento, havia ainda alguns que eram soldados no Exército Português e foi necessário que figuras como Amélia Rey Colaço, Carolina Michaelis, elementos das famílias Sommer, Ulrich ou Burmester fizessem prova de nacionalidade. Numa altura em que se comemora o Primeiro Centenário da República, não deixa de ser irónico constatar esta estranha forma de respeito pelos “direitos do homem”. Registe-se também o responsável por estas tropelias até porque, muitas vezes, é apresentado como o grande “farol” da Primeira República: Afonso Costa. Já agora o que dirá a nossa esquerda e o Dr. Mário Soares, que parece apreciar tanto Afonso Costa, destas decisões? Pois é… bem prega Frei Tomás…
Jorge Luís Lourinho Mangerona
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