Os 125 anos da Escola Industrial de Portalegre I
Os 125 anos da Escola Industrial de Portalegre (3/12/1884 – 3/12/2009)
Edifício onde se instalou a Escola de Desenho Industrial Fradesso da Silveira
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Edifício onde se instalou a Escola de Desenho Industrial Fradesso da Silveira
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No decreto de 20 de Dezembro de 1864, reforma de João Crisóstomo de Abreu e Sousa do ensino industrial, reformando-se os institutos industriais de Lisboa e Porto, e reconhecendo-se que para salvar a indústria nacional, já então ameaçada, era necessário preparar operários e não limitar a instrução técnica a mestres e directores de fábricas, prometia-se a criação de escolas industriais em Guimarães, Covilhã e Portalegre.
O projecto de lei n.º 116-A., apresentado em cortes pelo Ministro do Reino, no ano de 1882, repetia a promessa de estabelecimento de escolas industriais em Guimarães; Covilhã e Portalegre.
Pelo decreto de 6 Maio de 1884, é aprovado o regulamento geral das escolas de desenho industrial, objectivando-se o currículo a desenvolver em cada um delas e ficando-se a saber a sua localização. Portalegre é então uma das cidades escolhidas.
Para que tal, finalmente, acontecesse, muito ficou devido ao então deputado pelo círculo de Portalegre Augusto Maria da Fonseca Coutinho, e também ao então ministro das obras públicas do governo de Fontes Pereira de Melo, António Augusto de Aguiar.
Em Setembro de 1884, Francisco da Fonseca Benevides, inspector das escolas industriais da circunscrição do sul, vem a Portalegre a fim de preparar a instalação da escola, alugando para esse fim por conta do governo a casa do sr. Malato, situada na rua de Elvas e com dois andares.
Pela mesma altura, é determinado ministerialmente que a nova escola de desenho industrial de Portalegre tenha o nome de “Fradesso da Silveira”.
Desde meados de Outubro que começam a chegar caixotes com utensílios e mobília para a escola industrial.
Em Novembro é nomeado professor de desenho Manuel Henrique Pinto, que chega a Portalegre a 13 desse mês. Segundo determinava o despacho de nomeação, a disciplina será regida por um professor de nomeação do governo, precedendo concurso. Este professor terá o vencimento de 500$00 réis anuais, e será equiparado em categoria, prerrogativas e vantagens, aos professores dos liceus.
E na quarta-feira 3 de Dezembro de 1884, inicia formalmente os seus trabalhos a Escola de Desenho Industrial Fradesso da Silveira, em Portalegre.
Estabeleceram-se dois cursos, um diurno para menores e outro nocturno para adultos, o primeiro com 12 alunos matriculados e o segundo com 30, havendo tanto num como noutro vários suplentes que foram preenchendo a falta dos matriculados.
O primeiro ano lectivo decorreu sem qualquer incidente, e no final, sábado dia 18 de Julho de 1885, realizaram-se os exames, seguindo-se à noite a entrega de prémios e diplomas, e perspectivando-se para o segundo ano a presença de alunos do sexo feminino.
De então para cá, ao longo de cento e vinte e cinco anos, muitas transformações se passaram entre a Escola de Desenho Industrial Fradesso da Silveira e a Escola Secundária de São Lourenço, a sua ‘herdeira’.
Neste momento em que se celebra o 125.º aniversário, este bosquejo da sua história permite lembrar que um dos seus Alunos mais brilhantes pertence ao curso de 1884/85, o pintor Bemvindo Ceia.
O actual nome da escola nada diz à sua história, refere somente o nome da freguesia onde está geograficamente inserida. E o prestígio que a escola hoje desfruta, não condiz com o seu nome.
Por que não, as suas ‘forças vivas’ pugnarem para ser dado o nome de Bemvindo Ceia à escola?
O projecto de lei n.º 116-A., apresentado em cortes pelo Ministro do Reino, no ano de 1882, repetia a promessa de estabelecimento de escolas industriais em Guimarães; Covilhã e Portalegre.
Pelo decreto de 6 Maio de 1884, é aprovado o regulamento geral das escolas de desenho industrial, objectivando-se o currículo a desenvolver em cada um delas e ficando-se a saber a sua localização. Portalegre é então uma das cidades escolhidas.
Para que tal, finalmente, acontecesse, muito ficou devido ao então deputado pelo círculo de Portalegre Augusto Maria da Fonseca Coutinho, e também ao então ministro das obras públicas do governo de Fontes Pereira de Melo, António Augusto de Aguiar.
Em Setembro de 1884, Francisco da Fonseca Benevides, inspector das escolas industriais da circunscrição do sul, vem a Portalegre a fim de preparar a instalação da escola, alugando para esse fim por conta do governo a casa do sr. Malato, situada na rua de Elvas e com dois andares.
Pela mesma altura, é determinado ministerialmente que a nova escola de desenho industrial de Portalegre tenha o nome de “Fradesso da Silveira”.
Desde meados de Outubro que começam a chegar caixotes com utensílios e mobília para a escola industrial.
Em Novembro é nomeado professor de desenho Manuel Henrique Pinto, que chega a Portalegre a 13 desse mês. Segundo determinava o despacho de nomeação, a disciplina será regida por um professor de nomeação do governo, precedendo concurso. Este professor terá o vencimento de 500$00 réis anuais, e será equiparado em categoria, prerrogativas e vantagens, aos professores dos liceus.
E na quarta-feira 3 de Dezembro de 1884, inicia formalmente os seus trabalhos a Escola de Desenho Industrial Fradesso da Silveira, em Portalegre.
Estabeleceram-se dois cursos, um diurno para menores e outro nocturno para adultos, o primeiro com 12 alunos matriculados e o segundo com 30, havendo tanto num como noutro vários suplentes que foram preenchendo a falta dos matriculados.
O primeiro ano lectivo decorreu sem qualquer incidente, e no final, sábado dia 18 de Julho de 1885, realizaram-se os exames, seguindo-se à noite a entrega de prémios e diplomas, e perspectivando-se para o segundo ano a presença de alunos do sexo feminino.
De então para cá, ao longo de cento e vinte e cinco anos, muitas transformações se passaram entre a Escola de Desenho Industrial Fradesso da Silveira e a Escola Secundária de São Lourenço, a sua ‘herdeira’.
Neste momento em que se celebra o 125.º aniversário, este bosquejo da sua história permite lembrar que um dos seus Alunos mais brilhantes pertence ao curso de 1884/85, o pintor Bemvindo Ceia.
O actual nome da escola nada diz à sua história, refere somente o nome da freguesia onde está geograficamente inserida. E o prestígio que a escola hoje desfruta, não condiz com o seu nome.
Por que não, as suas ‘forças vivas’ pugnarem para ser dado o nome de Bemvindo Ceia à escola?
Mário Casa Nova Martins
Bibliografia:
Alves, Luís Alberto Marques – Os Professores e o Ensino Industrial na Segunda Metade do Século XIX, Estudos em Homenagem a Luís António de Oliveira Ramos, Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2004, p. 131 - 141
Costa, Mário Alberto Nunes, – O Ensino Industrial em Portugal de 1852 a 1900 (Subsídios para a sua história), Lisboa, Academia Portuguesa da História. MCMXC.
O Distrito de Portalegre – N.º 20 – 7 de Setembro de 1884, a N.º 65 – 22 de Julho de 1885
Raposo, Abrantes – Manuel Henrique Pinto, Vida e Obra. Ensaio Bio-Iconográfico, Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea, Almada, 2002
Alves, Luís Alberto Marques – Os Professores e o Ensino Industrial na Segunda Metade do Século XIX, Estudos em Homenagem a Luís António de Oliveira Ramos, Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2004, p. 131 - 141
Costa, Mário Alberto Nunes, – O Ensino Industrial em Portugal de 1852 a 1900 (Subsídios para a sua história), Lisboa, Academia Portuguesa da História. MCMXC.
O Distrito de Portalegre – N.º 20 – 7 de Setembro de 1884, a N.º 65 – 22 de Julho de 1885
Raposo, Abrantes – Manuel Henrique Pinto, Vida e Obra. Ensaio Bio-Iconográfico, Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea, Almada, 2002
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