Crónica de Nenhures
O Expresso* lembra um episódio da História recente de Portugal. Passado em plena dita “Primavera Marcellista”, recorda como à Direita se fazia política.
Se Adriano Moreira ou Antunes Varela, ambos num certo tempo considerados delfins de Salazar, eram “inofensivos” para Marcello Caetano, o mesmo não se podia dizer de Alberto Franco Nogueira.
Franco Nogueira foi ministro de Caetano a contra-gosto. Nunca acreditara e muito menos confiara em Caetano e no Marcellismo. Arregimentara um grupo de pessoas descontentes com o rumo que Caetano imprimia à sua governação, principalmente jovens, “jovens turcos”, que à sua volta combatiam pela Direita o Regime.
Marcello Caetano temia esta gente. Dava mais liberdade à esquerda dita liberal que a estes. A polícia política seguia mais as movimentações deste grupo informal que os ditos liberais.
O afastamento de Franco Nogueira da Assembleia Nacional era uma forma de o silenciar, “tirando-o” de um lugar onde, pelo dom da palavra que tinha, podia desmontar os males do Marcellismo. Há muito que mostrara o seu incómodo perante a situação política interna e externa, e era uma voz credível, mesmo para os opositores do Estado Novo, ele que da Oposição viera, chamado por Oliveira Salazar.
A par da sua saída, privilegiava-se a denominada “Ala Liberal”. Caetano julgava que estes dois factos, paralelos mas contrários, o iriam legitimar, afastando resquícios do Salazarismo e gerando uma nova elite política de cariz tecnocrático e progressista. Como sempre, enganou-se.
Curiosidades de uma época que, sem qualquer surpresa, era o estertor do Regime.
O que não terá deixado de ser exasperante para Marcello Caetano, é que ele, um dos principais, se não o principal teórico do Corporativismo Português, foi arreado do Poder por um Golpe de Estado de cariz acentuadamente Corporativista, a Revolução dos Cravos!
Se Adriano Moreira ou Antunes Varela, ambos num certo tempo considerados delfins de Salazar, eram “inofensivos” para Marcello Caetano, o mesmo não se podia dizer de Alberto Franco Nogueira.
Franco Nogueira foi ministro de Caetano a contra-gosto. Nunca acreditara e muito menos confiara em Caetano e no Marcellismo. Arregimentara um grupo de pessoas descontentes com o rumo que Caetano imprimia à sua governação, principalmente jovens, “jovens turcos”, que à sua volta combatiam pela Direita o Regime.
Marcello Caetano temia esta gente. Dava mais liberdade à esquerda dita liberal que a estes. A polícia política seguia mais as movimentações deste grupo informal que os ditos liberais.
O afastamento de Franco Nogueira da Assembleia Nacional era uma forma de o silenciar, “tirando-o” de um lugar onde, pelo dom da palavra que tinha, podia desmontar os males do Marcellismo. Há muito que mostrara o seu incómodo perante a situação política interna e externa, e era uma voz credível, mesmo para os opositores do Estado Novo, ele que da Oposição viera, chamado por Oliveira Salazar.
A par da sua saída, privilegiava-se a denominada “Ala Liberal”. Caetano julgava que estes dois factos, paralelos mas contrários, o iriam legitimar, afastando resquícios do Salazarismo e gerando uma nova elite política de cariz tecnocrático e progressista. Como sempre, enganou-se.
Curiosidades de uma época que, sem qualquer surpresa, era o estertor do Regime.
O que não terá deixado de ser exasperante para Marcello Caetano, é que ele, um dos principais, se não o principal teórico do Corporativismo Português, foi arreado do Poder por um Golpe de Estado de cariz acentuadamente Corporativista, a Revolução dos Cravos!
Mário Casa Nova Martins
* Expresso, 11 de Outubro de 2008 PRIMEIRO CADERNO 13
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