Desabafos

Na altura o Governo de Portugal assumiu com todo o vigor a defesa da invasão, enquanto do Brasil a Timor, da Rússia ao Vaticano, se lembrava que a ONU não sancionara aquela invasão, pelo que não tinha a necessária legitimidade internacional. Mas o actual Governo não alterou em substância a posição de Portugal no conflito.
A situação no Iraque é cada dia que passa mais instável, a ponto de altos responsáveis americanos e ingleses assumirem a derrota militar e política, esperando a melhor oportunidade para abandonarem aquele país, deixando-o de vez à sua sorte.
E a razão do apoio do governo de Portugal à ilegítima invasão do Iraque não tinha por base razões políticas. Embora os políticos falassem em armas de destruição massiva, ditadura, genocídio, a verdadeira razão era de natureza económica.
Portugal, país sem empresas de grande dimensão que pudessem disputar o negócio do petróleo, “jogou” na reconstrução do país, depois da destruição que americanos, australianos e ingleses fariam à medida que caminhavam para Bagdade. Julgava-se que empresas, principalmente de construção civil, iriam fazer negócios das “mil e uma noites” com os iraquianos.
Tudo se revelou fantasioso, e agora o governo português encerra a embaixada, devido aos enormes custos da segurança que acarreta.
É caso para resumir a presença de Portugal no Iraque ocupado como “entradas de leão, saídas de sendeiro”.
MCNM
in, Rádio Portalegre, Desabafos, 16/03/07
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