Volúpia
O Jardim das Delícias Terrenas (painel central)
Hieronymus Bosch, 1504
Óleo sobre madeira
220 × 195 cm
Museu do Prado, Madrid, Espanha
Hieronymus Bosch, 1504
Óleo sobre madeira
220 × 195 cm
Museu do Prado, Madrid, Espanha
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Volúpia
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Volúpia
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No divino impudor da mocidade,
Nesse êxtase pago que vence a sorte,
Num frémito vibrante de ansiedade,
Dou-te o meu corpo prometido à morte!
A sombra entre a mentira e a verdade…
A nuvem que arrastou o vento norte…
- Meu corpo! Trago nele um vinho forte:
Meus beijos de volúpia e de maldade!
Trago dálias vermelhas no regaço…
São os dedos do sol quanto te abraço,
Cravadas no teu peito como lanças!
E do meu corpo os leves arabescos
Vão-te envolvendo em círculos dantescos
Felinamente, em voluptuosas danças…
Nesse êxtase pago que vence a sorte,
Num frémito vibrante de ansiedade,
Dou-te o meu corpo prometido à morte!
A sombra entre a mentira e a verdade…
A nuvem que arrastou o vento norte…
- Meu corpo! Trago nele um vinho forte:
Meus beijos de volúpia e de maldade!
Trago dálias vermelhas no regaço…
São os dedos do sol quanto te abraço,
Cravadas no teu peito como lanças!
E do meu corpo os leves arabescos
Vão-te envolvendo em círculos dantescos
Felinamente, em voluptuosas danças…
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Florbela Espanca,
SONETOS, Livraria Tavares Martins, p.118
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