Crónica de Nenhures
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Três dos últimos quatro Chefes de Estado do Vaticano visitaram a Turquia. Aquele que não fez a visita foi João Paulo I, cujo pontificado durou simbólicos trinta e três dias.
Muito significado foi atribuído às três visitas àquele país de fronteira entre dois mundos divididos pela religião. Essa divisão traduz-se em distintas maneiras civilizacionais, onde laicismo e interpretação do Livro Sagrado das duas Religiões fomentam vivências distintas.
Em termos de ecumenismo são visitas históricas, onde a aproximação entre cristãos e muçulmanos é factor de tolerância inter-religiosa. Mas, a presença do chefe dos Cristãos num país onde estes representam 0,4% da população, e onde o ramo Ortodoxo tem assinalável representatividade num país de muçulmanos, é sempre uma visita de risco.
Contudo, se não fossem afirmações de natureza político-cultural sobre a Turquia e a Europa proferidas pelo então cardeal Joseph Ratzinger, e sobre o Islão pelo agora papa Bento XVI consideradas insultos ao profeta Maomé, a visita teria passado despercebida.
Criado pelos média um ambiente de “perigo de morte” para o papa, o Vaticano, com uma experiência milenar de relações internacionais, logo no início da presença em solo turco construiu um clima de confiança ao transmitir pelos seus canais oficiais o apoio à entrada da Turquia na União Europeia, mas ressalvando que desde que cumpridos determinados requisitos, a realpolitik vaticana… Depois, tudo o resto passou para segundo plano.
Mas, enquanto esta visita decorria, a Europa continuava a dar conscientes passos para uma laicização total. Quando o anterior papa afirmava que a prioridade do seu pontificado era a Evangelização da Europa, sabia por que o afirmava. Joseph Ratzinger também fazia eco desta necessidade. Será que Bento XVI seguirá esse Caminho?
Muito significado foi atribuído às três visitas àquele país de fronteira entre dois mundos divididos pela religião. Essa divisão traduz-se em distintas maneiras civilizacionais, onde laicismo e interpretação do Livro Sagrado das duas Religiões fomentam vivências distintas.
Em termos de ecumenismo são visitas históricas, onde a aproximação entre cristãos e muçulmanos é factor de tolerância inter-religiosa. Mas, a presença do chefe dos Cristãos num país onde estes representam 0,4% da população, e onde o ramo Ortodoxo tem assinalável representatividade num país de muçulmanos, é sempre uma visita de risco.
Contudo, se não fossem afirmações de natureza político-cultural sobre a Turquia e a Europa proferidas pelo então cardeal Joseph Ratzinger, e sobre o Islão pelo agora papa Bento XVI consideradas insultos ao profeta Maomé, a visita teria passado despercebida.
Criado pelos média um ambiente de “perigo de morte” para o papa, o Vaticano, com uma experiência milenar de relações internacionais, logo no início da presença em solo turco construiu um clima de confiança ao transmitir pelos seus canais oficiais o apoio à entrada da Turquia na União Europeia, mas ressalvando que desde que cumpridos determinados requisitos, a realpolitik vaticana… Depois, tudo o resto passou para segundo plano.
Mas, enquanto esta visita decorria, a Europa continuava a dar conscientes passos para uma laicização total. Quando o anterior papa afirmava que a prioridade do seu pontificado era a Evangelização da Europa, sabia por que o afirmava. Joseph Ratzinger também fazia eco desta necessidade. Será que Bento XVI seguirá esse Caminho?
MM
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