No Cinquentenário da Piscina Municipal de Portalegre
Fotografia
clássica e oficial da Piscina Municipal
Nela
está ausente a parte da piscina das crianças
Terça-feira,
dia 13 de Setembro de 1966, primeiro dia da Feira das Cebolas, a principal
feira do concelho e cidade de Portalegre. Do programa das festas consta uma
inauguração muito especial, a inauguração da Piscina Municipal.
Desde
a década de cinquenta até meio da década de setenta do século passado,
Portalegre tem um extraordinário surto desenvolvimentista, marcado por obras
públicas e privadas, por novas indústrias, por uma agricultura em modernização,
por um comércio pujante, por toda a gama de serviços públicos, pleno emprego,
e, sobretudo, futuro. A Cultura tinha cidadania, havia cinema e futebol de
qualidade, as Agremiações tinham expressão na comunidade.
A
Feira das Cebolas, dias 13, 14 e 15 de Setembro, trazia a Portalegre a gente
Portalegrense na diáspora. As casas enchiam-se de Familiares que apenas cá
vinham uma vez por ano, as ruas fervilhavam de gentes da região, a cidade mais
do que duplicava a população, tudo numa cor e vida que se transformava em
alegria e bem-estar.
É
neste contexto social que a Piscina Municipal é inaugurada, pelas 16 horas e 30
minutos, daquele terça-feira de um verão que os Portalegrenses viveram com
esperança e fé no futuro.
Passam
precisamente cinquenta anos após a inauguração, data e dia. Terça-feira, dia 13
de Setembro de 2016, celebra o cinquentenário da inauguração desta Obra Pública
notável.
Há
uma ligação muito forte de muitas gerações de Portalegrenses à Piscina
Municipal. A sua robusta construção faz com que ainda hoje, pese embora o
abandono e desleixo a que foi votada desde há anos pela sua proprietária, a
CMP, continue a servir os Portalegrenses.
É
de todos sabido que precisa de manutenção, e sobretudo carinho. Se assim não
acontecer, em breve juntar-se-á a tantos imóveis públicos abandonados e em alto
estado de degradação e desagregação, que existem em Portalegre.
Para
memória futura, ficam estes elementos recolhidos de «O Distrito de Portalegre,
ANO 83 – N.º 4.987, Sábado 10 de Setembro de 1966, pg. 1 e 2»*.
*
NÚMEROS QUE A
DIMENSIONAM
Mede
de comprimento 33,33 m.; de largura, na parte mais larga, 18 m. e, na parte
mais estreita, 12 m.
A
profundidade vai desde os 90 cm., a parte mais baixa, até atingir os 4,5 m., de
molde a permitir os saltos.
A
torre de saltos tem três pranchas colocadas aos 3, 5 e 10 metros.
A
capacidade da piscina é de 1.300 m3.
CUSTO DA OBRA
Com
todo o equipamento e acessórios excederá, na totalidade, 4.000 contos. A
comparticipação do Estado foi apenas de 15% (cerca de 500 contos). O restante
dinheiro conseguiu-se graças à boa vontade da Direcção-Geral dos desportos que
contribuiu com 200 contos, à generosidade bairrista de algumas entidades
particulares e aos rendimentos normais dos Serviços Municipalizados.
RENOVAÇÃO E
PURIFICAÇÃO DE ÁGUA
Por
debaixo da piscina está montado o equipamento mecânico para a purificação e
renovação da água. A instalação é equipada com três unidades filtrantes,
montadas em paralelo, com filtração através de cargas de areia de
granulometrias calibradas, com lavagem por inversão de água afluente da
circulação da piscina. A renovação total da água faz-se em 8 horas. Há uma cabine
com as garrafas de cloro-gaz, produto químico que, com regularidade, será
injectado.
Periodicamente
a água será analisada.
PAVILHÃO ANEXO
Como
a fotogravura, que publicamos, mostra, acompanha todo o comprimento da piscina,
um pavilhão de dois pisos.
Nele
estão instalados, no andar superior, os vestiários para os homens (18) e no
rés-do-chão, os vestiários das senhoras (12).
Aqui
fica instalado, além de um snack-bar, no rés-do-chão, uma esplanada, no andar
superior, para os acompanhantes.
CONDIÇÕES DE ENTRADA
As
entradas com direito a banho são facultadas, mediante o pagamento de 10$00. Os
estudantes, devidamente identificados, terão uma redução de 50%. A entrada para
acompanhantes, sem direito a banho, é de 5$00.
PEDIDO QUE SE
DISPENSAVA…
Confiam
os Serviços Municipalizados, no espírito cívico do público, de modo particular
no de todos os portalegrenses, esperando que nada tenham a lamentar nem a
reprimir, quanto à utilização pública dos diversos sectores. Esperam que se
aproveitem os utentes de tudo quanto o conjunto da piscina lhes oferece, como
coisa sua.
Mais
esperam que aceitem, respeitem e colaborem, nas normas de decência moral que
ali, se devem observar. Tudo farão os Serviços – como nos pediram para
comunicar – para manter estes princípios, estando decididos a reprimir com
severidade qualquer abuso, por parte de quem não esteja disposto a portar-se
como deve.
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