Desabafos, 2014/2015 - II
“Quando chegar a hora decisiva,…
Procurem-me nas dunas, dividido
Entre o mar e a terra.”
Miguel Torga
Houve um tempo, não
há muito tempo, que Portugal começava no Minho e estendia-se até Timor,
atravessando oceanos e continentes. Foi o tempo do Império, tempo que então os
Portugueses viviam e admiravam a ponto de se sacrificarem e lutarem por ele.
Ao longo do tempo uma
plêiada administrou-o, e com a sua competência e patriotismo o Império manteve-se
forte e coeso
Como todos os
Impérios, gerou Santos, Mártires e Heróis. Também pariu cobardes, traidores e desertores.
Quando, num outro
tempo, na Escola se estudava, se ensinava e se aprendia, a História falava
desses Heróis, dando-os com exemplo para os Jovens que formava.
D. João de Castro,
Mouzinho de Albuquerque, Roberto Ivens, Brito Capelo, João de Azevedo Coutinho, Luiz Vaz de Camões,
Garcia da Orta, Gago Coutinho, Sacadura Cabral, e tantos outros que a Memória
guarda, mostram como houve Portugueses que honravam a Pátria que os viu nascer.
Para Thomas Carlyle,
a história pode ser interpretada através da vida dos heróis e dos chefes e
reconhece a íntima relação entre heroísmo e mito. Na sua obra «Os Heróis», a
partir da lenda de Odin, deus supremo da mitologia nórdica, Carlyle descreve as
diversas formas que o heroísmo pode adoptar, seja através de deuses, poetas,
guerreiros, sacerdotes, profetas ou reis.
Faleceu no passado
dia 30 de setembro o Comandante Guilherme Almor de Alpoim Calvão - Fuzileiro Especial.
Homem de Causas, de
Valores e de Princípios, nasceu no Império e dele foi fiel combatente, tornando-se
herói e lenda.
No tempo presente não
é fácil louvar a Memória de quem esteve num determinado tempo do lado errado da
História. Do lado dos Vencidos.
Quando a verdade
vencer a mentira, tempo virá em que a História voltará a honrar os Heróis, e
nesse dia Alpoim Calvão será lembrado como o Militar e o Patriota, que sempre
foi.
Mário Casa Nova Martins
Guilherme Almor de Alpoim Calvão
(6 de janeiro de 1937- 30 de setembro de 2014)
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