Desabafos 2013/2014 - VII
Para muitos, o ‘terrível’ Século XX começou em 1914. Esse ano
é um ano charneira entre um tempo de um nietzscheniano viver habitualmente para
um outro tempo do viver perigosamente.
Entre 28 de julho de 1914 e 11 de novembro de 1918 o Mundo
mudou. A primeira guerra global transformou continentes, países, e sobretudo
mentalidades. E marcou o início do declínio da Europa enquanto potência
mundial. E é o fim do domínio da cultura grega-judaica-cristã.
A Europa é derrotada nesta primeira parte da sua Guerra
Civil de 1914 – 1945, e sê-lo-á definitivamente na parte segunda. Esta nova
Guerra dos Trinta Anos europeia devastou povos e gentes, mas permitiu à Europa
um último estertor nas décadas de sessenta e setenta, com um bem-estar material
e social que em tempo algum uma Civilização conseguira alcançar.
Hoje, um século depois do início desse terrível conflito, no
qual Portugal participou nos teatros de operações europeu e africano, sempre
com pesados custos em vidas humanas, o Mundo não está melhor.
A Crise de Valores mostra quanto se regrediu em termos de
Humanismo e Personalismo. Sociedades marcadas por fundamentalismos, sejam religiosos
ou laicistas, por totalitarismos, sejam de ordem marxista ou capitalista, pelo
assassínio da Vida Humana no seu embrião, provam a fraqueza do Homem enquanto
entidade social.
A desregulação social traz miséria material e sobretudo
moral. A ausência de Princípios, ou a sua corrupção, transforma as Pessoas em
seres vis e cruéis, sedentes de inveja e vingança, capazes de tudo para
alcançarem os fins.
A lição que então os Povos colheram dessa tremenda Primeira
Grande Guerra, foi logo esquecida, como prova o Tratado de Versailles. E hoje
não há Memória do Passado, e muito menos Memória para o Futuro!
Mário Casa Nova Martins
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