Desabafos
O denominado feriado do Primeiro de Maio é uma data
diferente de todas as outras. Ou assim deveria ser!
Não foi fácil tornar este dia em feriado. Ainda hoje há
países onde não se celebra o também chamado Dia do Trabalhador.
Este dia honra a luta dos Trabalhadores na conquista e
defesa dos seus interesses, que ao longo dos tempos tão duramente foram
alcançando, e que muitos deles também hoje tão difícil se torna preservá-los.
Escrita há quase 30 anos, foi publicada em Setembro de 1981,
mas com uma atualidade surpreendente, a Encíclica “Laborem Exercens” de João
Paulo II apresenta uma reflexão profunda sobre os diferentes aspetos sociais e
espirituais que enquadram o trabalho do homem.
Na aceção cristã do trabalho, o valor maior do trabalho
humano não se mede pelo que produz, nem pela posição social de quem o faz.
Mede-se, sobretudo, por aquilo que é, trabalho humano.
E a dignidade no trabalho é um fator determinante para o
verdadeiro exercício da democracia.
Hoje há que afastar as teorias materialistas do trabalho,
como a visão marxista. Mais do que inadequadas à realidade quer presente, quer
passada, e ainda menos futura, elas têm utilizado os Trabalhadores para as suas
experiências sociais.
Hoje, e em Portugal é mais do que evidente, os
Trabalhadores, mobilizados por centrais sindicais que mais não são correias de
transmissão de partidos políticos, são utilizados «como carne para canhão» nas
lutas partidárias.
Assim em Portugal, o dia de amanhã não é o Dia do
Trabalhador, mas sim mais um dia em que o sectarismo partidário arregimenta as
suas hordas e manifesta-se pelos seus próprios interesses, e não pelos
verdadeiros interesses dos Trabalhadores.
Mário
Casa Nova Martins
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