Convento de Santa Clara de Portalegre-VI
DOS MONUMENTOS ÀS PESSOAS -
VI
O Distrito de Portalegre, N.º 5789, 9 de Julho de 1982
CONVENTO DE SANTA CLARA, um pouco da sua história
Os primórdios da vida da
«Associação de Protecção e Amparo de Nossa Senhora das Dores»
Na acta que publicámos no último apontamento, a
primeira registada no livro respectivo, tomamos conhecimento da Direcção desta
«Obra» e de algumas diligências feitas para conseguir a cedência do Convento de
Santa Clara para sede da Associação.
Na acta que a seguir transcrevemos damo-nos conta
dos primeiros passos da «Obra», das boas vontades que congregou e de algumas
dificuldades encontradas, em concreto para a efectuação das indispensáveis
reparações sem as quais o edifício continuaria inabitável.
É a acta da sessão ordinária de 20 de Agosto de
1927.
«Aberta a sessão, a presidente deu conhecimento à
direcção de que, por decreto n.º 13.956 de 18 de Janeiro do corrente ano, foi
(sic) cedido a esta Associação, para nele se instalar a casa da Regeneração e
Trabalho, o convento, edifício, igreja e cerca, etc., etc., do extinto convento
de Santa Clara. E congratulando-se com o feliz êxito das diligencias (sic)
empregadas para tal se conseguir, julga do seu dever, informar a direcção dos
nomes das pessoas que contribuíram para que se conseguisse para a Associação
aquele edifício, para que de futuro, essas pessoas e suas famílias, sejam
recordadas com gratidão, pelas gerações que forem sucedendo, nas suas orações e
sufrágios.
Essas pessoas foram o Ex.mº Sr. Ministro das Finanças
João José Sinel de Cordes, o Ex.mº Sr. Secretário de Estado das Finanças Carlos
Ludovice, o Ex.mº Sr. Governador Civil Tenente Coronel Gaudêncio José Trindade,
o Ex.mº Sr. Secretário Geral Dr. Jerónimo Sampaio, os membros da Junta Geral
presidida por Ex.mº Sr. Coronel António Patrício Rodrigues e Ex.mª Senhora D.
Luiza Andaluz, pessoas que a ela, presidente, directamente auxiliaram e sem as
quais nada poderia conseguir na solução das grandes dificuldades que tiveram
que vencer-se. Julga ela, presidente ser (sic) também do seu dever e para o
mesmo fim consignar aqui os seus agradecimentos aos jornalistas Ex.mº Sr.
Fernando de Sousa (Memo) e Dr. Damião Martins do Rio, respectivamente
directores da Voz (sic) de Lisboa e do Distrito (sic) de Portalegre, pelo decidido
(sic) apoio que deram à nossa causa dependendo a entrega d’aquele convento à
nossa Associação.
Seguidamente, pelo mesmo presidente foi (sic) dito
que do mesmo convento, igreja, etc., etc., tomou posse no dia 6 desse (sic) mês
a qual foi (sic) conferida pelo Ex.mº Inspector de Finanças Eduardo Sales
Henriques que julga necessário iniciar desde já as indispensáveis obras de
defesa (sic) do edifício visto que, em diferentes partes, a água por ocasião
das chuvas entra no mesmo edifício deteriorando-o consideravelmente. Mas sucede
que essas obras importam em verba da qual não dispõe a Associação, de momento,
uma vez que só viverá do favor do Estado e da caridade particular. Terão pois
as obras que ser feitas pouco a pouco, conforme o vão permitindo os recursos e
à medida que eles vão chegando. Não podendo consequentemente ser feitas em
hasta pública que assim se torna inteiramente impraticável constituindo por
isso até um caso de força maior e de reconhecida conveniência pública que as
obras a efectuar, utensílios, mobiliário e fazendas a adquirir o sejam sem
dependência da hasta pública até que os recursos ordinários da Associação
permitam pela sua importância orientação diversa. Em razão do que propôs, ela
presidente, que assim se proceda, votada também com as restantes esta proposta,
foi igualmente votado que desta parte de acta se tirasse uma cópia em duplicado
para ser remetida ao Ex.mº Governador Civil do Distrito para conceder a
necessária autorização. Comunicou ainda, ela presidente, que do Instituto de
Seguros Sociais Obrigatórios de Providência Geral foi concedido a esta
Associação um subsídio extraordinário de 5.000$00, quantia esta que já deu
entrada nos cofres da Associação, propondo que nesta acta fosse consignado um
voto de agradecimento ao Conselho Administrativo daquele Instituto e ao Ex.mº
Governador Civil Tenente Coronel Gaudêncio Trindade que por tal concessão
também se interessou. A presidente comunicou que ia organizar o orçamento
ordinário com as receitas já colhidas e com as previstas resultante de
subscrição dos sócios, e que oportunamente apresentaria, por ventura, em
reunião extraordinária.
Não havendo mais nada a tratar foi encerrada a
sessão para poder ser lavrada esta acta. Aberta a sessão depois de lida por mim
em voz alta foi a mesma acta aprovada em unanimidade. E eu, Antónia M. P. de
Lima que a escrevi e assino.»
Seguem-se as assinaturas de Olinda Heitor Esperança
Sardinha, Palmyra Leite de Figueiredo Sampaio, Maria Rita Trindade Henriques,
Maria do Céu Cordeiro Lourinho, Antónia Maria Pires de Lima.
Padre Anacleto Martins
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