Desabafos
Para os mais distraídos dos meandros da ‘baixa política’, e
para aqueles que há muito se distanciaram da ‘porca da política’, o
comportamento do CDS face ao Governo liderado pelo PSD parece irresponsável.
Mas, como tudo na vida, há explicação para a forma como o
CDS se tem posicionado face a um conjunto de medidas económicas e financeiras
decretadas pelo Governo, do qual faz parte, mas onde é parceiro menor.
Há muito que pelos ‘subterrâneos’ do Palácio de Belém se
giza uma alternativa ao atual Governo PSD-CDS.
É sabido o ‘ódio de estimação’ entre o presidente da
República e o CDS, assim como o ódio que o homem de Boliqueime nutre em relação
ao presidente do partido do ex-Largo do Caldas.
Se o presidente da República aceitou esta coligação, para
ele contranatura, foi porque na altura não havia outra hipótese, dado o maior
partido da oposição ser à época liderado pelo derrotado primeiro-ministro,
também outro ‘ódio de estimação’ do algarvio.
De ódio em ódio, o presidente da República, um dos grandes
responsáveis pela crise atual do país, tem hoje a possibilidade de gerar o
consenso entre os dois maiores partidos, através do regresso do denominado
Bloco Central, mas com a novidade de ser o seu partido a liderar a nova
coligação. E sabe-se que também hoje é maioritária dentro do PSD a ideia da
coligação PSD-PS.
O CDS, como partido responsável, tem que continuar coligado
com o PSD até à aprovação do Orçamento de Estado para 2013. Depois deve
regressar à Oposição, e ser um espectador interveniente na crítica ao Governo
PSD-PS.
Mário Casa Nova Martins
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