Luís Filipe Meira
ESPÍRITO de VERÃO - I
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(…) E Verão! Há calor no ar e cheiro a festa. É tempo de férias e lazer. A cidade, o país, o mundo movimentam-se em busca da felicidade (…)
Era com este genérico que começava o programa ‘Espírito de Verão’ que eu há muitos anos atrás animei na sempre saudosa Rádio São Mamede. A leveza com gosto da silly season, pontuada por assuntos mais sérios, marcava as manhãs de domingo entre as 9 e as 13 horas.
Confesso que enveredei por este caminho, porque ontem, quando entrei de férias, senti alguma nostalgia de tempos vividos. Paradoxalmente, o verão – à medida que a idade avança – torna-se mais nostálgico porque não temos as mesmas armas para entrar em jogo, e é cada vez mais difícil encontrar a felicidade onde já fomos felizes. Posto isto, e sem levezas nem demasiada nostalgia, vou tentar reeditar neste espaço o Espírito de Verão.
Por estes dias a violência voltou à Irlanda do Norte, confrontos entre católicos e protestantes têm incendiado as ruas de Belfast desde segunda-feira. Os moderados do Sinn Féin acusam os dissidentes radicais do IRA de estarem na origem dos confrontos. Estes confrontos intuem a primeira sugestão:
Era com este genérico que começava o programa ‘Espírito de Verão’ que eu há muitos anos atrás animei na sempre saudosa Rádio São Mamede. A leveza com gosto da silly season, pontuada por assuntos mais sérios, marcava as manhãs de domingo entre as 9 e as 13 horas.
Confesso que enveredei por este caminho, porque ontem, quando entrei de férias, senti alguma nostalgia de tempos vividos. Paradoxalmente, o verão – à medida que a idade avança – torna-se mais nostálgico porque não temos as mesmas armas para entrar em jogo, e é cada vez mais difícil encontrar a felicidade onde já fomos felizes. Posto isto, e sem levezas nem demasiada nostalgia, vou tentar reeditar neste espaço o Espírito de Verão.
Por estes dias a violência voltou à Irlanda do Norte, confrontos entre católicos e protestantes têm incendiado as ruas de Belfast desde segunda-feira. Os moderados do Sinn Féin acusam os dissidentes radicais do IRA de estarem na origem dos confrontos. Estes confrontos intuem a primeira sugestão:

Hunger assenta sobre os últimos meses de vida de Bobby Sands, militante do IRA que faleceu na sequência de uma greve de fome na prisão. Vivia-se o final da década de 70, e a luta dos nacionalistas irlandeses contra o exército britânico – Margaret Thatcher era primeira-ministra – estava ao rubro. A violência de parte a parte era animalesca, e de intensidade idêntica fora e dentro das prisões. Os militantes do IRA, a viverem em condições infra-humanas, utilizavam todos os meios para alcançarem o estatuto de presos políticos, sendo o primeiro passo greve à higiene – os dejectos e restos de comida eram utilizados artisticamente nas paredes das celas – sendo o último a greve da fome.
A forma como McQueen nos mostra a degradação física e psicológica de Sands é arrepiante. Hunger é um filme sobre o sofrimento e mais arrepiante se torna por ser feito a partir de uma realidade sempre crua mas nunca militante.
Hunger é um verdadeiro quadro vivo ou não fosse McQueen um artista plástico.
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O filme baseia-se em factos reais e isso acaba por lhe dar alguma credibilidade. Foram tempos em que o medo estava presente no dia-a-dia. Vale a pena ver nem que seja para recordar ou ficar a conhecer esses difíceis tempos.
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(23 de Setembro de1926 – 7 de Julho de 1967)
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A terminar, é imperativo recordar que a 17 de Julho de 1967 desaparecia com apenas 40 anos – devido a cancro no fígado – um dos mais extraordinários músicos de sempre, John Coltrane. Ontem passaram 42 anos.
John Coltrane tocava saxofone tenor, e o seu nome marcará para sempre a história do jazz em particular e da musica em geral.
John William Coltrane, um musico para todas as estações.
John Coltrane tocava saxofone tenor, e o seu nome marcará para sempre a história do jazz em particular e da musica em geral.
John William Coltrane, um musico para todas as estações.
Luís Filipe Meira
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