\ A VOZ PORTALEGRENSE: Ricardo António Alves

sábado, setembro 27, 2008

Ricardo António Alves

Anarquismo e Neo-Realismo.
Ferreira de Castro nas Encruzilhadas do Século
Ricardo António Alves
Editora Âncora
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A matriz literária do pensamento de Ferreira de Castro está explicita nos seus livros, do juvenil Criminoso por Ambição (1916) ao evocativo Os Fragmentos (1974). Percebê-la, enquadrando a acção cívica do escritor oposicionista ao Estado Novo, é o propósito deste breve estudo. Não era fácil ser-se escritor nesse tempo extremado. Não o era sequer para os da «situação», embora estes não vislumbrassem um horizonte de provável gaveta e possível prisão, como sucedia aos demais. Ser da oposição, mas nela independente - como foi o caso do autor de A Selva -, só era suportável tendo um peso literário e uma influência pública que pusesse ao abrigo das grandes intolerâncias e das pequenas velhacarias aqueles poucos não-arregimentados que disso faziam condição de existência.
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Ricardo António Alves nasceu em Lisboa, em 1964. Licenciado em História, é responsável pelo Museu Ferreira de Castro desde 1990. Publicou 100 Cartas a Ferreira de Castro (1992), Correspondência - Ferreira de Castro/Roberto Nobre (1922-1969) (1994), Eça e os Vencidos da Vida em Cascais (1998), José da Cunha Brochado na Corte de Luís XIV (1999), além de vários artigos. Fundou as revistas Vária Escrita (Sintra, 1994) e Boca do Inferno (Cascais, 1996), coordenou o Arquivo de Cascais - Boletim Cultural do Município (1996), dirige a Castriana - Estudos sobre Ferreira de Castro e a sua Geração (Ossela, 2002).