Desabafos
Aurélio Bentes Bravo apresentou o seu livro «O Semeador» no pretérito fim-de-semana.
Na exposição que fez, tocou num ponto interessantíssimo, que era a relação entre os agricultores alentejanos e o poder local e os seus caciques.
Situando o facto que deu origem ao livro, uma estátua em mármore de Estremoz que homenageia a lavoura na figura do semeador, tomando em atenção a época em que este episódio acontece, o ano de 1960 em pleno salazarismo, demonstra-se a importância e o peso económico, político e social que o agrário alentejano então detinha.
No Alentejo, era um tempo em que o latifúndio existia pujante e dominador, a agricultara se baseava na monocultura, o trigo, e o proprietário rural era o principal empregador, sendo os trabalhadores contratados à jorna, sem direitos sociais ou outros. Tempos duros para o povo alentejano.
Também pouco importava ao poder local que a situação assim fosse, ou que mudasse, e esta apatia política que defendia o grande proprietário e ignorava o trabalhador rural, conduziu anos depois, após a Revolução dos Cravos, à Reforma Agrária, liderada pelos comunistas e com o apoio daquele povo que viveu anos subjugado por uma situação de pobreza e miséria, ligada à falta ou à precariedade de trabalho, e de subserviência muitas das vezes atentatória da sua própria dignidade.
E a figura do cacique local era importante naquela nomenclatura. Ele estabelecia a ligação entre os possidentes e o poder, não pertencendo a nenhuma destas classes, fazendo ou recebendo favores que cobrava ou distribuía na altura certa a uma e a outra parte, tendo ele por sua vez uma rede de lacaios, que faziam os trabalhos de amanuense ou o manual.
Outros tempos, que não podem voltar!
Na exposição que fez, tocou num ponto interessantíssimo, que era a relação entre os agricultores alentejanos e o poder local e os seus caciques.
Situando o facto que deu origem ao livro, uma estátua em mármore de Estremoz que homenageia a lavoura na figura do semeador, tomando em atenção a época em que este episódio acontece, o ano de 1960 em pleno salazarismo, demonstra-se a importância e o peso económico, político e social que o agrário alentejano então detinha.
No Alentejo, era um tempo em que o latifúndio existia pujante e dominador, a agricultara se baseava na monocultura, o trigo, e o proprietário rural era o principal empregador, sendo os trabalhadores contratados à jorna, sem direitos sociais ou outros. Tempos duros para o povo alentejano.
Também pouco importava ao poder local que a situação assim fosse, ou que mudasse, e esta apatia política que defendia o grande proprietário e ignorava o trabalhador rural, conduziu anos depois, após a Revolução dos Cravos, à Reforma Agrária, liderada pelos comunistas e com o apoio daquele povo que viveu anos subjugado por uma situação de pobreza e miséria, ligada à falta ou à precariedade de trabalho, e de subserviência muitas das vezes atentatória da sua própria dignidade.
E a figura do cacique local era importante naquela nomenclatura. Ele estabelecia a ligação entre os possidentes e o poder, não pertencendo a nenhuma destas classes, fazendo ou recebendo favores que cobrava ou distribuía na altura certa a uma e a outra parte, tendo ele por sua vez uma rede de lacaios, que faziam os trabalhos de amanuense ou o manual.
Outros tempos, que não podem voltar!
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