\ A VOZ PORTALEGRENSE: Livro

segunda-feira, junho 04, 2007

Livro

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Um vinho bom não se bebe, saboreia-se.
Assim aconteceu com «À Queima-Roupa» de César Augusto Dragão.
Não se leu, foi sendo lido, ao sabor do momento. É desta forma que um livro que não deixa ninguém indiferente merece a leitura do privilegiado Leitor.
Na dicotomia Direita/Esquerda, César Augusto está-se marimbando, o que é nos tempos que correm sempre um bom “cartão de visita”. Como excelente “atirador”, não há “caça” que lhe escape. E como os textos não estão datados, coisa rara nestas coisas, não perdem vigor ou frescura, mantêm a maior actualidade.
Não vamos falar do que César Augusto Dragão escolheu para editar no Livro, mas não podemos deixar de referir algumas frases.
Por exemplo, escreve que “também houve reis que foram uma catástrofe – um D.Fernado I, um João III, sobre todos!” (p. 25), cultivando a lenda negra sobre o Piedoso.
A ocupação de Olivença é motivo para “fomentar” a sua guerra aos espanhóis.
É leitor de H. P. Lovecraft, citando «Nas Montanhas da Lua», que adoramos, também de Nietzsche, Kant, Camões, Fernando Pessoa, Agustina, enfim, uma plêiade.
Delicioso o seu anti-clericalismo, e o padre Borga (p.107) é uma das vítimas deliciosamente escolhidas, a ponto de ser quase expulso de Casa…, facto que seria da maior injustiça!
A “Carta ao Pai Natal” (p.120) é de antologia, tal como “Brincar às Casinhas”…
Duríssimo em “Os Abortos” e em “A Direita Colibri”.
César Augusto Dragão “brinca” com as palavras, e cada texto é único.
Que venha o próximo!

César Augusto teve a gentileza de nos enviar um exemplar em verde, acompanhado de um Autógrafo simpatiquíssimo.
Mário