Crónica de Nenhures
Ela era uma mediana manequim e apresentadora de televisão quando saltou para as primeiras páginas das denominadas revistas cor-de-rosa, pelo simples facto de que era namorada de um futebolista de nomeada.
Segundos se lia na altura, havia uma diferença de uma década na idade de ambos, com vantagem para ela. Por outro lado, o jovem futebolista tinha o gosto de se travestir, causando enorme “escândalo” fotografias que atestavam a “coisa”.
E este “caso de amor” serviu, e bem, as duas partes. Ele “retoma” a fama de mulherengo, e ela cobra cachets como nunca acontecera ou, depois do fim do “romance cor-de-rosa”, viria a acontecer!
Ela era uma obscura jornalista quando, numa altura em que o político em plena campanha eleitoral é objecto de uma acusação de cariz sexual, se torna público que era “namorada” do político.
De um momento para o outro a jornalista “sobe” na hierarquia do pasquim onde trabalha, enquanto que em relação ao político a suspeita desvanece-se, “retomando” credibilidade.
Hoje a jornalista e o político vivem em união de facto, dando exemplo de modernidade, num tempo em que tudo o que seja política fracturante é moda ou está na moda.
Desconhece-se, é, se a dita união de facto é facto, ou melhor, se é consumada.
Perante estes dois exemplos dos “tempos modernos”, como compreender a imagem d’«aquela mulher de xaile branco de tricot (todo um programa aquele xaile) de dedo em riste, a gritar contra os “vermelhos” no meio dos santa-combadences de cepa e cartazes a dar vivas a Salazar», como a descreve Fernanda Câncio, jornalista do Diário de Notícias, na passada sexta-feira, na página 12.
Como é possível, como escreve Câncio, que «ela “acredita” em Salazar»! Antes, Câncio afirmava que «alguém devia entrevistar aquela mulher». Mas Câncio penitencia-se por o não ter feito, antes de escrever a prosa.
Câncio recusa-se a contribuir para a criação e posterior manutenção do hipotético Museu Salazar, mas não se importa que alguém o faça, desde que não seja o erário público, permitindo que «siga a romaria», «com a filha de Santa Comba à cabeça, com o seu xaile mais o seu tão eloquente cartaz: “Salazar, estás vivo, mesmo para quem nega a tua obra”».
Em pleno século XXI, como é possível explicar a esta mulher de Santa Comba que Câncio é uma mulher moderna, que defende tudo aquilo que para ela é o Diabo, as tais causas fracturantes da sociedade.
Segundos se lia na altura, havia uma diferença de uma década na idade de ambos, com vantagem para ela. Por outro lado, o jovem futebolista tinha o gosto de se travestir, causando enorme “escândalo” fotografias que atestavam a “coisa”.
E este “caso de amor” serviu, e bem, as duas partes. Ele “retoma” a fama de mulherengo, e ela cobra cachets como nunca acontecera ou, depois do fim do “romance cor-de-rosa”, viria a acontecer!
Ela era uma obscura jornalista quando, numa altura em que o político em plena campanha eleitoral é objecto de uma acusação de cariz sexual, se torna público que era “namorada” do político.
De um momento para o outro a jornalista “sobe” na hierarquia do pasquim onde trabalha, enquanto que em relação ao político a suspeita desvanece-se, “retomando” credibilidade.
Hoje a jornalista e o político vivem em união de facto, dando exemplo de modernidade, num tempo em que tudo o que seja política fracturante é moda ou está na moda.
Desconhece-se, é, se a dita união de facto é facto, ou melhor, se é consumada.
Perante estes dois exemplos dos “tempos modernos”, como compreender a imagem d’«aquela mulher de xaile branco de tricot (todo um programa aquele xaile) de dedo em riste, a gritar contra os “vermelhos” no meio dos santa-combadences de cepa e cartazes a dar vivas a Salazar», como a descreve Fernanda Câncio, jornalista do Diário de Notícias, na passada sexta-feira, na página 12.
Como é possível, como escreve Câncio, que «ela “acredita” em Salazar»! Antes, Câncio afirmava que «alguém devia entrevistar aquela mulher». Mas Câncio penitencia-se por o não ter feito, antes de escrever a prosa.
Câncio recusa-se a contribuir para a criação e posterior manutenção do hipotético Museu Salazar, mas não se importa que alguém o faça, desde que não seja o erário público, permitindo que «siga a romaria», «com a filha de Santa Comba à cabeça, com o seu xaile mais o seu tão eloquente cartaz: “Salazar, estás vivo, mesmo para quem nega a tua obra”».
Em pleno século XXI, como é possível explicar a esta mulher de Santa Comba que Câncio é uma mulher moderna, que defende tudo aquilo que para ela é o Diabo, as tais causas fracturantes da sociedade.
Câncio é mulher de saberes, capaz de discutir com o primeiro-ministro qualquer tema por mais fracturante que ele seja. E vencê-lo com e nos argumentos!
A mulher de Santa Comba apenas terá ouvido falar de uma tal Maria, governanta do Senhor Professor Salazar. Será que essa Maria alguma vez discutira políticas fracturantes com o presidente do conselho?
Que “mundos” tão díspares!
A mulher de Santa Comba apenas terá ouvido falar de uma tal Maria, governanta do Senhor Professor Salazar. Será que essa Maria alguma vez discutira políticas fracturantes com o presidente do conselho?
Que “mundos” tão díspares!
A mulher de Santa Comba sem vivências que não as do seu duro quotidiano, feito de dor e alguma esperança.
Câncio, mulher vivida, toda ela símbolo de amanhãs. Mas amanhãs sem futuro, tal como a mulher de Lot quando olhou para trás (Génesis 19:26).
MM
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