Crónica de Nenhures
Donos da Direita
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Há muito que não se assistia a um debate tão acalorado, à direita sobre a Direita. E, quiçá, a razão seja porque a Direita só agora deu conta que além de existir, sabe pensar por ela própria, dispensando que a esquerda pense por ela e dite como ela deve ser e se deve comportar.
Uma nova geração, que fundamentalmente por razões etárias não tem nada a ver com o Estado Novo, e que como tal não sofreu os complexos e agressões com que a esquerda inculcou e praticou à Direita ao longo da Terceira República, universitária e panfletária, emergiu com um discurso que agitou as águas, acordou velhos monopolistas da Ideologia, enfim, enfim, pôs a Direita a trabalhar!
Ao longo das últimas três décadas, a Direita em Portugal não teve vida fácil. Pode-se dizer em linhas gerais, que em termos culturais duas revistas marcaram este período, a «Resistência» de António da Cruz Rodrigues e a «Futuro Presente» de Jaime Nogueira Pinto.
Gerações diferentes, uma certa identidade no Combate. Para públicos distintos, desempenharam papel de coesão ideológica, marcando a agenda intelectual daqueles anos de chumbo, que caracterizaram a segunda metade dos anos setenta e a década de oitenta.
A «Resistência» diversificou a sua intervenção através da «Resistência - Economia» e da «Terceiro - Milénio», esta dirigida pelo intelectual católico António Marques Bessa. Razões de mercado levaram a que estas duas últimas se fundissem na primitiva, até que deixou de se publicar. Contudo, a sua influência passou para o campo da política partidária, com os principais elementos a tomarem parte em experiência eleitorais.
Em simultaneidade, acontece o desaparecimento da «Resistência» e o eclipse da «Futuro Presente», cuja produção entre finais de oitenta até meio de noventa praticamente cessou, e primando pela irregularidade editorial até ao presente.
Repetição de temas e não renovação de colaboradores, fazem hoje da «Futuro Presente» um sentir nostálgico de um tempo em que era o esteio de uma geração de jovens universitários, que nela encontravam caminhos para as suas próprias experiências político-culturais.
A sua influência teórica fez-se sentir no consulado monteirista, mas, com o tempo, remeteu-se ao remanso, porventura, como tudo o que dura muito.
Entretanto surge a revista «Nova Cidadania» de João Carlos Espada, onde ex-marxistas, ex-trotskistas, ex-maoístas, e outros “ex”, copiando os neo-conservadores americanos, publicam as suas teses. Auto-denominada Direita Liberal, tem papel importante junto dos últimos líderes do partido indígena da social-democracia, e agora no Palácio de Belém. Ligada a meios universitários, principalmente da Universidade Católica, tem vindo a criar uma dinâmica importante nos meios intelectuais de Direita.
O mesmo acontece com a revista «Atlântico» de Paulo Pinto Mascarenhas. Rapidamente polemizou o debate sobre o posicionamento da Direita em Portugal, proeza conseguida com o contributo de gente com provas dadas na Academia e na comunicação social.
Por fim, chegou recentemente à blogosfera uma “revista digital”, denominada «Alameda Digital». Experiência nova, e de uma área da Direita que desde o fim da «Resistência» não tinha voz. Espera-se que esta experiência venha e gerar uma congénere em “papel”.
Uma nova geração, que fundamentalmente por razões etárias não tem nada a ver com o Estado Novo, e que como tal não sofreu os complexos e agressões com que a esquerda inculcou e praticou à Direita ao longo da Terceira República, universitária e panfletária, emergiu com um discurso que agitou as águas, acordou velhos monopolistas da Ideologia, enfim, enfim, pôs a Direita a trabalhar!
Ao longo das últimas três décadas, a Direita em Portugal não teve vida fácil. Pode-se dizer em linhas gerais, que em termos culturais duas revistas marcaram este período, a «Resistência» de António da Cruz Rodrigues e a «Futuro Presente» de Jaime Nogueira Pinto.
Gerações diferentes, uma certa identidade no Combate. Para públicos distintos, desempenharam papel de coesão ideológica, marcando a agenda intelectual daqueles anos de chumbo, que caracterizaram a segunda metade dos anos setenta e a década de oitenta.
A «Resistência» diversificou a sua intervenção através da «Resistência - Economia» e da «Terceiro - Milénio», esta dirigida pelo intelectual católico António Marques Bessa. Razões de mercado levaram a que estas duas últimas se fundissem na primitiva, até que deixou de se publicar. Contudo, a sua influência passou para o campo da política partidária, com os principais elementos a tomarem parte em experiência eleitorais.
Em simultaneidade, acontece o desaparecimento da «Resistência» e o eclipse da «Futuro Presente», cuja produção entre finais de oitenta até meio de noventa praticamente cessou, e primando pela irregularidade editorial até ao presente.
Repetição de temas e não renovação de colaboradores, fazem hoje da «Futuro Presente» um sentir nostálgico de um tempo em que era o esteio de uma geração de jovens universitários, que nela encontravam caminhos para as suas próprias experiências político-culturais.
A sua influência teórica fez-se sentir no consulado monteirista, mas, com o tempo, remeteu-se ao remanso, porventura, como tudo o que dura muito.
Entretanto surge a revista «Nova Cidadania» de João Carlos Espada, onde ex-marxistas, ex-trotskistas, ex-maoístas, e outros “ex”, copiando os neo-conservadores americanos, publicam as suas teses. Auto-denominada Direita Liberal, tem papel importante junto dos últimos líderes do partido indígena da social-democracia, e agora no Palácio de Belém. Ligada a meios universitários, principalmente da Universidade Católica, tem vindo a criar uma dinâmica importante nos meios intelectuais de Direita.
O mesmo acontece com a revista «Atlântico» de Paulo Pinto Mascarenhas. Rapidamente polemizou o debate sobre o posicionamento da Direita em Portugal, proeza conseguida com o contributo de gente com provas dadas na Academia e na comunicação social.
Por fim, chegou recentemente à blogosfera uma “revista digital”, denominada «Alameda Digital». Experiência nova, e de uma área da Direita que desde o fim da «Resistência» não tinha voz. Espera-se que esta experiência venha e gerar uma congénere em “papel”.
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Novos tempos para a Direita!
E, como seria de esperar, gente “adormecida” acordou em sobressalto, temendo pelo fim dos privilégios de ideólogos-únicos.
Novos ventos sopram para a Direita!
E, as “cartas de alforria” para se poder teorizar sobre a Direita, deixaram de fazer sentido.
Novos espaços de debate para a Direita!
E, os cenáculos, cheios de bolor e teias de aranha, onde, como em sociedade secreta, se discutia a ideologia da Direita, ou “fecham”, ou partem para o debate, coisa que, no fundo, sempre temeram.
A direita é Plural, mas também Pluralista!
E, as “capelinhas” têm os dias contados, sendo a Internet o maior inimigo, pela divulgação que permite à mensagem e os nulos custos da sua divulgação.
Todos não são de mais para fazer o Combate ao Inimigo!
Porém, primeiro há que bem defini-lo, para que não restem dúvidas.
Diferentes correntes da Direita portuguesa rever-se-ão nestas revistas, o que é muito, mas não é tudo. A discussão sobre a Direita não se esgota nelas. Outros palcos existem, como por exemplo os movimentos e partidos políticos da Direita. Há é que saber usá-los a todos sem excepção, sob pena da menoridade política da Direita continuar por outro tanto tempo como o que medeia entre 1974 e o presente.
E, como seria de esperar, gente “adormecida” acordou em sobressalto, temendo pelo fim dos privilégios de ideólogos-únicos.
Novos ventos sopram para a Direita!
E, as “cartas de alforria” para se poder teorizar sobre a Direita, deixaram de fazer sentido.
Novos espaços de debate para a Direita!
E, os cenáculos, cheios de bolor e teias de aranha, onde, como em sociedade secreta, se discutia a ideologia da Direita, ou “fecham”, ou partem para o debate, coisa que, no fundo, sempre temeram.
A direita é Plural, mas também Pluralista!
E, as “capelinhas” têm os dias contados, sendo a Internet o maior inimigo, pela divulgação que permite à mensagem e os nulos custos da sua divulgação.
Todos não são de mais para fazer o Combate ao Inimigo!
Porém, primeiro há que bem defini-lo, para que não restem dúvidas.
Diferentes correntes da Direita portuguesa rever-se-ão nestas revistas, o que é muito, mas não é tudo. A discussão sobre a Direita não se esgota nelas. Outros palcos existem, como por exemplo os movimentos e partidos políticos da Direita. Há é que saber usá-los a todos sem excepção, sob pena da menoridade política da Direita continuar por outro tanto tempo como o que medeia entre 1974 e o presente.
MM
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