\ A VOZ PORTALEGRENSE: PISCA - PISCA

segunda-feira, outubro 02, 2006

PISCA - PISCA






Ficha Técnica do n.º 1
Director: ÁLVARO PARREIRA
Subdirector: OLGA ALVES
Editor: MARCELLO DE MORAES
Orientador gráfico: JOSÉ ANTUNES

Ficha Técnica do n.º 33
Director: ÁLVARO PARREIRA
Subdirector: OLGA ALVES
Editor: MARCELLO DE MORAES
Orientador gráfico: JOSÉ ANTUNES
Secretária: MARGARIDA MARQUES
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O “Pisca-Pisca” nasceu em Janeiro de 1968 e chegou-nos até ao número 33, Dezembro de 1970. Desconhecemos se foram publicados mais números, mas, certamente FSantos e Mendo Ramires, dois profundos conhecedores desta matéria, dirão, se for caso disso, de sua justiça.
Em termos de BD, destacamos no primeiro número, com texto e desenho de Manuel Ferreira, «Miguel de Cervantes e Saavedra»; também dois contos, o primeiro de Esther de Lemos com ilustrações de Fernandes Silva, «O espelho do quarto o relógio de cuco e o xaile de seda», o segundo de João da Câmara e ilustrado por Marcello de Moraes, «O pretinho sem nome»; e ainda a «Escola de Detectives» do então televisivo inspector A. Varatojo.
Na última, referiríamos na BD mais um episódio da série «O Califa e o Grão-Vizir» intitulado «A garrafa de gás butano», com texto de Goscinny e desenhos de Tabary; textos de Jorge de Magalhães «O Natal do Capitão Cook», de Maria de Melo e ilustrações de Zé Manel «Como te chamas? Alexandre», e «os sinos» de Simões de Carvalho e ilustrações de Eugénio Silva.
Na página 35 do número um, vem um poema que transcrevemos:
*
A LÂMPADA DE ALADINO
.
Quando Aladino esfregava
a sua lâmpada estranha,
surgia um Génio e em voz cava,
qual ribombar na montanha,
perguntava-lhe o que queria,
pois fosse lá o que fosse
- a mais rara pedraria,
a iguaria mais doce,
a pérola mais perfeita,
ou rosas negras aos molhos -
era a ambição satisfeita,
num abrir e fechar de olhos.

E como bastava, assim,
esfregar, mesmo ao de leve,
teve um palácio, um jardim
e noiva da cor da neve!
Mas o que a história não diz
é que à Lâmpada, Aladino
pedisse pra ser feliz,
que lhe desse um bom destino.
E foi por isso que, então,
certo Mágico africano
resolveu deitar a mão
ao talismã soberano.

Ocultando bem a cara,
transformado em mercador,
trocou a Lâmpada rara
por outra, mas sem valor...
Tudo o que a história, depois,
nos conta é mentira só !
Os noivos ficam, os dois,
pobrezinhos como Job.
Quanto ao Mágico, alma boa,
furta a Lâmpada por bem
e, junto a outras, levou-a
para um imenso armazém.

Como a. Lâmpada, no fundo,
de mil milhões não difere,
anda agora pelo mundo!
- Se calhar, ninguém a quer...
Mas não! A Lâmpada existe,
com bem diversa aparência,
nas mãos de quem não desiste
de lutar pela existência...
É que só o Esforço e o Estudo
- mais que a Lâmpada perdida -
conseguem transformar tudo
e iluminar toda a vida !
Adolfo Simões Müller
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