'A Voz' em Férias
Ó Terra! Embora hostil, amarga e dura,
Eu não mereço o berço que me deste;
- Feliz se merecer a sepultura.
E tu, Água puríssima, celeste
Filha das nuvens sobre as quais pairava
O Espírito de Deus! tu, que desceste
A ser a nossa irmã, a nossa escrava,
Inspiradora nossa: a fonte, o rio,
Marítima solidão longínqua e brava.
Mais alegre do que eu quando sorrio;
E mais triste, se choro; e mais poeta,
Cantando em onda ou soluçando em fio.
Da rocha à alma, à pétala secreta,
Influis, baptizas, és torrente, orvalhas,
Ou quedas, muda, em êxtases de asceta.
Água materna que a bondade espalhas…
- E em ti lavei as minhas mãos sangrentas!
E enchi-te de naufrágios e batalhas!
Eu não mereço o berço que me deste;
- Feliz se merecer a sepultura.
E tu, Água puríssima, celeste
Filha das nuvens sobre as quais pairava
O Espírito de Deus! tu, que desceste
A ser a nossa irmã, a nossa escrava,
Inspiradora nossa: a fonte, o rio,
Marítima solidão longínqua e brava.
Mais alegre do que eu quando sorrio;
E mais triste, se choro; e mais poeta,
Cantando em onda ou soluçando em fio.
Da rocha à alma, à pétala secreta,
Influis, baptizas, és torrente, orvalhas,
Ou quedas, muda, em êxtases de asceta.
Água materna que a bondade espalhas…
- E em ti lavei as minhas mãos sangrentas!
E enchi-te de naufrágios e batalhas!
ANTÓNIO CORRÊA D'OLIVEIRA
in, Verbo Ser e Verbo Amar, Liv. Aillaud & Bertrand, 1926
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home