\ A VOZ PORTALEGRENSE: Desabafos, 2014/2015 - XVII

sexta-feira, maio 08, 2015

Desabafos, 2014/2015 - XVII

O Governo concluiu a reforma do sector das águas, como objectivo essencial para a coesão territorial e uma medida de combate ao despovoamento, através da harmonização das tarifas entre o litoral e o interior, os primeiros com um aumento das tarifas e os segundos com uma redução das mesmas.
Com esta reforma vai-se assistir à agregação dos sistemas municipais de água, isto é, de 19 empresas do grupo «Águas de Portugal» passa para 5 sistemas, que serão «Águas do Norte», «Águas do Centro Litoral», «Águas de Lisboa e Vale do Tejo e EPAL», «Águas Públicas do Alentejo» e «Águas do Algarve».
Esta reforma permite que haja ‘cortes’ no grupo «Águas de Portugal», permitindo uma poupança total de 2700 milhões de euros, fruto da redução de dois terços dos órgãos sociais, passando o número de administradores de 70 para 20, e o número de directores de 300 para 150.
Todavia, uma dúvida permanece:
_ Será que este novo modelo vai ser mesmo implementado?
Sabe-se que a «Águas de Portugal» é um alforge de lugares de nomeação política a nível de administração e quadros intermédios. Também se sabe que existem mordomias que elevam os custos fixos em valores exorbitantes. E tudo isto pago com o dinheiro dos consumidores, cujo contrato com a empresa é de caris leonino.
Com este enunciado, parece difícil que esta reforma seja levada por diante.
Mas a verdade é que a larga maioria das empresas que compõem a «Águas de Portugal» estão em falência técnica e financeira, fruto da má gestão, pelo despesismo a que foram sujeitas.
A água potável, de que acima se fala, é um bem cada vez mais escasso no planeta Terra, a sua gestão gera guerras em certas partes do globo, e a tendência é para que estas aumentem.
Portugal, país rico em água potável, não tem uma política clara quanto a este importantíssimo recurso natural. O seu esbanjamento, é paralelo ao seu fraco armazenamento, dadas as potencialidades que existem.
É, por isso, de lembrar a importância que tem «o maior lago artificial da Europa», a Barragem do Alqueva, um projecto que levado ao seu limite é das maiores mais-valias que Portugal tem no presente!
in, Rádio Portalegre, Desabafos, 04/05/2015
Mário Casa Nova Martins