Desabafos, 2014/2015 - XVII
O Governo concluiu a reforma do sector das águas, como
objectivo essencial para a coesão territorial e uma medida de combate ao
despovoamento, através da harmonização das tarifas entre o litoral e o
interior, os primeiros com um aumento das tarifas e os segundos com uma redução
das mesmas.
Com esta reforma vai-se assistir à agregação dos sistemas
municipais de água, isto é, de 19 empresas do grupo «Águas de Portugal» passa
para 5 sistemas, que serão «Águas do Norte», «Águas do Centro Litoral», «Águas
de Lisboa e Vale do Tejo e EPAL», «Águas Públicas do Alentejo» e «Águas do
Algarve».
Esta reforma permite que haja ‘cortes’ no grupo «Águas de
Portugal», permitindo uma poupança total de 2700 milhões de euros, fruto da
redução de dois terços dos órgãos sociais, passando o número de administradores
de 70 para 20, e o número de directores de 300 para 150.
Todavia, uma dúvida permanece:
_ Será que este novo modelo vai ser mesmo implementado?
Sabe-se que a «Águas de Portugal» é um alforge de lugares de
nomeação política a nível de administração e quadros intermédios. Também se
sabe que existem mordomias que elevam os custos fixos em valores exorbitantes.
E tudo isto pago com o dinheiro dos consumidores, cujo contrato com a empresa é
de caris leonino.
Com este enunciado, parece difícil que esta reforma seja
levada por diante.
Mas a verdade é que a larga maioria das empresas que compõem
a «Águas de Portugal» estão em falência técnica e financeira, fruto da má
gestão, pelo despesismo a que foram sujeitas.
A água potável, de que acima se fala, é um bem cada vez mais
escasso no planeta Terra, a sua gestão gera guerras em certas partes do globo,
e a tendência é para que estas aumentem.
Portugal, país rico em água potável, não tem uma política
clara quanto a este importantíssimo recurso natural. O seu esbanjamento, é
paralelo ao seu fraco armazenamento, dadas as potencialidades que existem.
É, por isso, de lembrar a importância que tem «o maior lago
artificial da Europa», a Barragem do Alqueva, um projecto que levado ao seu
limite é das maiores mais-valias que Portugal tem no presente!
in, Rádio Portalegre, Desabafos, 04/05/2015
Mário Casa Nova Martins
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