Desabafos
Janeiro frio e chuvoso. Também o sol nos tem visitado amiúde.
Em suma, tempo da época.
Mas é um tempo que traz tristeza, angústia, incerteza,
mal-estar.
É triste ver a situação económica, financeira e social do
país.
É uma angústia não se saber com que contar a tantos níveis.
Como é incerto o amanhã.
Que mal-estar este de não se acreditar que o futuro será
melhor.
A solidariedade apregoada é uma mentira.
Mentira e mentiras convivem com a ganância e a opulência.
Já nem as igrejas são porto-de-abrigo, também elas mais
preocupadas em recolher dízimos para glória terrena.
É neste cenário que se vive, um cenário no qual a matéria de
tudo toma conta.
A literatura que vende e a televisão que é vista são
produtos nos quais os sentidos mais baixos são elevados à categoria de cultura.
Nunca o Homem teve tanta qualidade de vida e nunca a destruiu com tanta
velocidade. Em tempo algum a ciência esteve tão desenvolvida, e tão mal
utilizada é.
Os paradoxos do tempo presente são tais e tantos, que só a
bestialidade humana os consegue explicar.
Quando nos maravilhamos face a uma obra de arte, seja pintura,
escultura ou outra, ficamos extasiados face á sua beleza, e sentimo-nos
transportados para uma outra dimensão.
Mas o Mundo está cada vez mais feio, mais longe da criação
divina original.
Guerras em tantas partes do Mundo, todas elas com o
interesse económico subjacente, destroem os sentimentos mais nobres do Homem, e
conduzem-no ao retrocesso, a estados de barbária que se julgavam impossíveis de
repetir.
E Portalegre é um micro-espelho do que acabámos de expor.
in, Rádio
Portalegre, Desabafos, 22/01/2013
Mário
Casa Nova Martins
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