Manuel Isaac Correia
O Jorge era e é uma personalidade que aparentemente nada tinha a ver com Portalegre e com o Alto Alentejo.
Aparentemente! Mas o Jorge não era – nunca foi – um homem de aparências. Conhecia relativamente bem Portalegre e o Alto Alentejo. Sabia de cor o nome e cara de muita gente do seu-nosso CDS de outros tempos. E nunca tinha palavra dócil.
Tinha amigos por cá, como o João Valério, o Francisco Sampaio Soares, a Maria João Adegas, o José Manuel Paixão, e outros. Colegas de caminhada política ou da Católica. Ou as duas coisas.
Dizia sempre o que lhe ia na alma, tivesse ou não razão. Lembro-me de uma briga séria que tive com ele na sua sala do Caldas, que só acabou (empatada) quando começou um jogo do Benfica que dava em directo na tv. Ele era doido, excessivamente doido pelo Benfica (tal como o seu inseparável Manuel Monteiro) e eu detesto futebol.
Mas foram muitas mais as vezes em que estivemos de acordo do que aquelas, raras, em que discordámos. Dessa vez o desacordo era sobre a existência ou não de sedes partidárias pelo País.
Perdi quase o contacto com o Jorge, apesar de ele estar a dar aulas de Direito da Comunicação Social na EscolaSuperior de Tecnologia de Abrantes, do Instituto Politécnico de Tomar, onde ele e Manuel Monteiro há muitos anosaportaram a convite de um grupo de docentes onde avulta o portalegrense José Manuel Paixão.
O Jorge foi vice-presidente da Juventude Centrista no final de década de 70, vice-presidente de Manuel Monteiro na refundação do CDS nos anos 90, juntamente com Gonçalo Ribeiro da Costa e outros. E líder da bancada parlamentar do CDS-PP de 1996 a 98. E foi co-fundador do PND (Partido da Nova Democracia) pela fidelidade que sempre manteve a Manuel Monteiro.
«Na vida podemos ter amigos. O Jorge Ferreira não era um amigo, mas o amigo», declarou Manuel Monteiro à Lusa. «Se é verdade que há pessoas que se preocupam mais com o ter do que com o ser, Jorge Ferreira não se preocupava sequer em aparentar ser. Ele era autêntico, verdadeiro, leal e combativo. Foi das pessoas mais inteligentes que tive a oportunidade de conhecer em toda a minha vida», acrescentou Manuel Monteiro.
O Jorge, que era ligeiramente coxo, caso com que por vezes se brincava, faleceu aos 48 anos, no sábado, vítima dedoença prolongada. E sepultou-se domingo em Oeiras.
Dos mortos diz-se sempre bem. De Jorge Ferreira, os homens sérios só podem dizer bem.
Conquistado pela blogosfera, é passar por esse mundo e analisar o que dizem as pessoas dos mais diversos quadrantes. Retive esta afirmação: «não se deixava corromper por 10 mil euros, e muito menos por 75 mil.»
Dias antes do desfecho anunciado escreveu sobre o “Face Oculta” e sobre a Câmara de Tomar. E na quinta-feira publicou o último texto que escreveu (sobre os cálculos do Governo para o défice deste ano) e mais 11 post’s no blogue que mantinha desde 2006. Através deste blogue, que actualizava quase diariamente, muitos ficaram a conhecê-lo melhor: gostava dos Queen, de coleccionar postais antigos, e do filme “Era uma vez na América”, de Sérgio Leone.
E na semana passada ainda endereçou uma carta de despedida aos seus alunos de Direito da Comunicação Social em Abrantes, onde há 10 anos dava aulas.
Morreu um político impoluto. Um advogado de fibra. Um tribuno de elite. Um professor querido. Um benfiquista ferrenho.
Morreu um Homem de qualidades raras e um Homem Bom, frontal, generoso e genuíno. Amigo, que a terra te seja leve. •
Aparentemente! Mas o Jorge não era – nunca foi – um homem de aparências. Conhecia relativamente bem Portalegre e o Alto Alentejo. Sabia de cor o nome e cara de muita gente do seu-nosso CDS de outros tempos. E nunca tinha palavra dócil.
Tinha amigos por cá, como o João Valério, o Francisco Sampaio Soares, a Maria João Adegas, o José Manuel Paixão, e outros. Colegas de caminhada política ou da Católica. Ou as duas coisas.
Dizia sempre o que lhe ia na alma, tivesse ou não razão. Lembro-me de uma briga séria que tive com ele na sua sala do Caldas, que só acabou (empatada) quando começou um jogo do Benfica que dava em directo na tv. Ele era doido, excessivamente doido pelo Benfica (tal como o seu inseparável Manuel Monteiro) e eu detesto futebol.
Mas foram muitas mais as vezes em que estivemos de acordo do que aquelas, raras, em que discordámos. Dessa vez o desacordo era sobre a existência ou não de sedes partidárias pelo País.
Perdi quase o contacto com o Jorge, apesar de ele estar a dar aulas de Direito da Comunicação Social na EscolaSuperior de Tecnologia de Abrantes, do Instituto Politécnico de Tomar, onde ele e Manuel Monteiro há muitos anosaportaram a convite de um grupo de docentes onde avulta o portalegrense José Manuel Paixão.
O Jorge foi vice-presidente da Juventude Centrista no final de década de 70, vice-presidente de Manuel Monteiro na refundação do CDS nos anos 90, juntamente com Gonçalo Ribeiro da Costa e outros. E líder da bancada parlamentar do CDS-PP de 1996 a 98. E foi co-fundador do PND (Partido da Nova Democracia) pela fidelidade que sempre manteve a Manuel Monteiro.
«Na vida podemos ter amigos. O Jorge Ferreira não era um amigo, mas o amigo», declarou Manuel Monteiro à Lusa. «Se é verdade que há pessoas que se preocupam mais com o ter do que com o ser, Jorge Ferreira não se preocupava sequer em aparentar ser. Ele era autêntico, verdadeiro, leal e combativo. Foi das pessoas mais inteligentes que tive a oportunidade de conhecer em toda a minha vida», acrescentou Manuel Monteiro.
O Jorge, que era ligeiramente coxo, caso com que por vezes se brincava, faleceu aos 48 anos, no sábado, vítima dedoença prolongada. E sepultou-se domingo em Oeiras.
Dos mortos diz-se sempre bem. De Jorge Ferreira, os homens sérios só podem dizer bem.
Conquistado pela blogosfera, é passar por esse mundo e analisar o que dizem as pessoas dos mais diversos quadrantes. Retive esta afirmação: «não se deixava corromper por 10 mil euros, e muito menos por 75 mil.»
Dias antes do desfecho anunciado escreveu sobre o “Face Oculta” e sobre a Câmara de Tomar. E na quinta-feira publicou o último texto que escreveu (sobre os cálculos do Governo para o défice deste ano) e mais 11 post’s no blogue que mantinha desde 2006. Através deste blogue, que actualizava quase diariamente, muitos ficaram a conhecê-lo melhor: gostava dos Queen, de coleccionar postais antigos, e do filme “Era uma vez na América”, de Sérgio Leone.
E na semana passada ainda endereçou uma carta de despedida aos seus alunos de Direito da Comunicação Social em Abrantes, onde há 10 anos dava aulas.
Morreu um político impoluto. Um advogado de fibra. Um tribuno de elite. Um professor querido. Um benfiquista ferrenho.
Morreu um Homem de qualidades raras e um Homem Bom, frontal, generoso e genuíno. Amigo, que a terra te seja leve. •
MIC
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