\ A VOZ PORTALEGRENSE: Luís Filipe Meira

segunda-feira, novembro 02, 2009

Luís Filipe Meira

Giuseppe Verdi
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Uma Noite na Ópera
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Na passada 3ª feira, o CAEP recebeu a Orquestra e Ópera Nacional da Moldávia para interpretar La Traviata a ópera de Giuseppe Verdi que subiu à cena pela primeira vez em Veneza no Teatro La Fenice a 6 de Março de 1853, já lá vão 153 anos, o que demonstra claramente o carácter intemporal desta magnífica obra.
A sala estava praticamente lotada por um público de meia-idade – classe média alta –, não sei se conhecedor, mas interessado e respeitoso. A juventude não abundava, talvez porque os bilhetes fossem bastante caros, talvez porque a Ópera ainda não faça parte da sua lista de prioridades.
A Ópera, que como género musical também não tem tido lugar na minha lista de preferências, deu-me agora a certeza que tal assim é por falta de oportunidade e não por incompatibilidade. Talvez por isso tenha ficado entusiasmado com toda a teatralidade que um espectáculo deste género contempla.
Confesso que confundi algumas debilidades do espectáculo com a minha própria ignorância. No dia seguinte, com outra tranquilidade e em conversa com pessoas mais habilitadas, reconheci que a voz da soprano não era famosa, o guarda-roupa não deslumbrava, e que apesar da exiguidade do palco, as movimentações não foram particularmente cuidadas.
Além disso alguém me disse que estas Companhias têm normalmente dois elencos que vão sendo geridos conforme a importância dos locais, informação que não confirmei se terá acontecido em Portalegre. O facto é que esta digressão arrancou em Braga a 21, e terminou em Leiria a 28, passando pelo Porto, Lisboa, Coimbra, Portimão e Portalegre, fazendo sete espectáculos em 8 dias e percorrendo alguns milhares de quilómetros…
Apesar de tudo, julgo que posso com alguma parcimónia, resultante de ser a minha primeira vez, considerar que valeu a pena sair de casa pois esta La Traviata foi globalmente um bom espectáculo e um acontecimento social com alguma dimensão, para além de ser sempre bom ver o CAEP cheio.
A minha melomania congénita também ficou a ganhar, pois tem mais um caminho para explorar, e este fim-de-semana já virei a minha atenção para a prodigiosa cantora lírica italiana Cecilia Bartoli.
Sigam-me o exemplo…
Luís Filipe Meira
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Sinopse
Acto I
É noite de festa na casa da socialite Violetta Valéry. Violetta, prometida ao Barão Douphol, é apresentada por seu amigo Gastone de Letorières a seu amigo Alfredo Germont. Gastone conta que ele já conhecia Violetta há algum tempo e a amava em segredo. Alfredo, então, ergue um brinde a Violetta e faz-lhe uma declaração de amor.
Violetta responde a Alfredo que, sendo uma mulher mundana, não sabe amar e que só lhe poderia oferecer a amizade, sendo que Alfredo deveria procurar outra mulher. Mas ainda assim, entrega-lhe uma camélia que carrega entre os seios e solicita a ele que volte no dia seguinte. Após o fim da festa, Violetta permanece só e começa a dar-se conta do quão profundamente lhe tocaram as palavras de Alfredo, um amor que ela jamais conheceu anteriormente.
Acto II
Violetta e Alfredo iniciam um relacionamento amoroso e vão morar numa casa de campo, nos arredores de Paris. Aninna, a criada de Violetta, conta a Alfredo que Violetta tem ido constantemente a Paris vender seus bens, para custear as despesas da casa de campo.
Giorgio Germont, pai de Alfredo, visita Violetta e suplica-lhe que abandone Alfredo para sempre. Giorgio conta-lhe sobre a sua família e especialmente a sua filha, na Provença, e acredita que ver Alfredo envolvido com uma mulher mundana destruiria sua reputação.
Contrariada, Violetta atende as súplicas de Giorgio e lacra um envelope endereçado a Alfredo. Violetta parte para uma festa na casa de sua amiga Flora Bervoix e Alfredo lê a carta.
Desconfiado de que Violetta possa tê-lo traído, Alfredo vai até a casa de Flora, para se vingar.
Acto III
A festa tem início com um grupo de mascarados que lhes proporcionam um divertimento. Violetta chega à festa acompanhada do Barão Douphol. Alfredo surge logo em seguida.
Alfredo começa a jogar com o Barão e ganha. Em um momento em que o jantar é servido, Violetta e Alfredo permanecem a sós no salão e Alfredo força-a a confessar a verdade. Violetta, mentindo, diz amar o barão. Furioso, Alfredo convoca todos para o salão e atira na cara de Violetta todo o dinheiro conseguido no jogo e desafia Douphol para um duelo. Violetta desmaia, Alfredo é reprimido por todos e a festa termina.
Acto IV
Violetta está doente e empobrecida, depois de se desfazer de todos os bens. Tomada pela tuberculose, recebe cartas de vários amigos e uma, em especial, chama a atenção. É de Giorgio Germont, arrependido por ter colocado Violetta contra Alfredo.
Giorgio e Alfredo visitam Violetta, e eles todos reconciliam-se. Violetta e Alfredo começam a fazer planos para a vida depois de que Violetta se recuperar. Entretanto, Violetta está muito debilitada fisicamente e começa a sentir o corpo falhar. Entrega a Alfredo um retrato seu e avisa-o para que o entregue à próxima mulher por quem ele se apaixonar. Violetta sente os espasmos da dor cessarem, mas em seguida expira.