Francisco Lucas Pires (15/09/1944–22/05/1998)
Celebram-se este ano duas efemérides ligadas a Francisco Lucas Pires. Um quarto de século passou após ter ascendido à liderança do Partido do Centro Democrático e Social, o CDS, em 20 de Fevereiro de 1983, e faz uma década que faleceu, a 22 de Maio de 1998.
Há muito esquecido, principalmente devido aos dez anos da sua morte, Lucas Pires como que ressuscitou para a vida política nacional. A comunicação social já começou a tarefa de recordar a sua passagem pela política portuguesa no pós-25 de Abril de 1974.
Mas a vida cívica de Francisco Lucas Pires irá começar bem antes. Provavelmente muito poucos, ou nenhuns, a começar pelos Seus mais próximos, quererão falar das experiências políticas de Lucas Pires na sua cidade natal, Coimbra, daqueles tempos de estudante, principalmente na Universidade de Direito, onde a sua inteligência era notada, bem como o seu activismo na Direita do Regime, com destaque para o trabalho na Cooperativa Cidadela.
Francisco Lucas Pires torna-se conhecido dos portugueses pelo seu desempenho político no CDS, onde prontificavam Diogo Freitas do Amaral, Adelino Amaro da Costa e Basílio Horta. É o tempo em que o centrismo era a ideologia dominante do partido, e Lucas Pires depressa se posiciona diferentemente.
Com a sua demarcação do dito centrismo, começa a conquistar a simpatia de muitas bases do CDS, e principalmente de inúmeras estruturas locais e regionais da Juventude Centrista. A lista encabeçada por Francisco Cavaleiro de Ferreira ganha o Congresso da JC em Viana do Castelo contra João Mattos e Silva, o que representa a derrota do establishment 'freitista' e a vitória do 'pirismo'. Porém no Congresso seguinte, em Tróia, um Congresso tumultuoso, vai perder o controlo da JC, ao Alexandre Sousa Machado e Teresa Almeida Garrett não conseguirem fazer vingar as suas propostas quanto ao regulamento dos trabalhos do Congresso, contra Luís Queiró.
Ganha o Partido em Congresso contra um dos delfins de Freitas do Amaral, Luís Barbosa, mas o “furacão” do cavaquismo destrói as esperanças de crescimento do CDS, e vai sair, sucedendo-lhe Adriano Moreira.
Começa outra fase da sua carreira política, com a ida para o Parlamento Europeu. Lá alcança prestígio, e começa a ter-se numa conta em que sente ser mais importante do que a função que desempenha, e inicia o ocaso político. Que se acelera quando, menos europeísta assumido, mais eurocrata convicto, se muda “de armas e bagagens” para o PSD.
No PSD nunca foi bem aceite, como ninguém que do CDS foi para este Partido sem Alma e de Interesses. Curiosamente diferente daqueles que do CDS se passaram para o PS, como entre tantos “bons” exemplos Freitas do Amaral e Basílio Horta…
Por fim, ia “descendo” na lista social-democrata de candidatos ao Parlamento Europeu. Não se sabendo se hoje não seria mais um desencantado pelo rumo que a Política seguiu em Portugal.
Nunca mais esqueceremos uma das últimas imagens que vimos de Francisco Lucas Pires. Era um dos muitos Congressos do PSD. Estava sozinho, sentado a meio da sala, numa coxia do lado esquerdo, virado para o palco. A sala encontrava-se semi-deserta, os trabalhos ainda não se tinham iniciado, gente passava e nem lhe dirigia a palavra. Ficámos tão desgostosos com o que víamos pela televisão, tanto quanto quando deixou o CDS. Mas sobre este facto, fica para outra altura.
Há muito esquecido, principalmente devido aos dez anos da sua morte, Lucas Pires como que ressuscitou para a vida política nacional. A comunicação social já começou a tarefa de recordar a sua passagem pela política portuguesa no pós-25 de Abril de 1974.
Mas a vida cívica de Francisco Lucas Pires irá começar bem antes. Provavelmente muito poucos, ou nenhuns, a começar pelos Seus mais próximos, quererão falar das experiências políticas de Lucas Pires na sua cidade natal, Coimbra, daqueles tempos de estudante, principalmente na Universidade de Direito, onde a sua inteligência era notada, bem como o seu activismo na Direita do Regime, com destaque para o trabalho na Cooperativa Cidadela.
Francisco Lucas Pires torna-se conhecido dos portugueses pelo seu desempenho político no CDS, onde prontificavam Diogo Freitas do Amaral, Adelino Amaro da Costa e Basílio Horta. É o tempo em que o centrismo era a ideologia dominante do partido, e Lucas Pires depressa se posiciona diferentemente.
Com a sua demarcação do dito centrismo, começa a conquistar a simpatia de muitas bases do CDS, e principalmente de inúmeras estruturas locais e regionais da Juventude Centrista. A lista encabeçada por Francisco Cavaleiro de Ferreira ganha o Congresso da JC em Viana do Castelo contra João Mattos e Silva, o que representa a derrota do establishment 'freitista' e a vitória do 'pirismo'. Porém no Congresso seguinte, em Tróia, um Congresso tumultuoso, vai perder o controlo da JC, ao Alexandre Sousa Machado e Teresa Almeida Garrett não conseguirem fazer vingar as suas propostas quanto ao regulamento dos trabalhos do Congresso, contra Luís Queiró.
Ganha o Partido em Congresso contra um dos delfins de Freitas do Amaral, Luís Barbosa, mas o “furacão” do cavaquismo destrói as esperanças de crescimento do CDS, e vai sair, sucedendo-lhe Adriano Moreira.
Começa outra fase da sua carreira política, com a ida para o Parlamento Europeu. Lá alcança prestígio, e começa a ter-se numa conta em que sente ser mais importante do que a função que desempenha, e inicia o ocaso político. Que se acelera quando, menos europeísta assumido, mais eurocrata convicto, se muda “de armas e bagagens” para o PSD.
No PSD nunca foi bem aceite, como ninguém que do CDS foi para este Partido sem Alma e de Interesses. Curiosamente diferente daqueles que do CDS se passaram para o PS, como entre tantos “bons” exemplos Freitas do Amaral e Basílio Horta…
Por fim, ia “descendo” na lista social-democrata de candidatos ao Parlamento Europeu. Não se sabendo se hoje não seria mais um desencantado pelo rumo que a Política seguiu em Portugal.
Nunca mais esqueceremos uma das últimas imagens que vimos de Francisco Lucas Pires. Era um dos muitos Congressos do PSD. Estava sozinho, sentado a meio da sala, numa coxia do lado esquerdo, virado para o palco. A sala encontrava-se semi-deserta, os trabalhos ainda não se tinham iniciado, gente passava e nem lhe dirigia a palavra. Ficámos tão desgostosos com o que víamos pela televisão, tanto quanto quando deixou o CDS. Mas sobre este facto, fica para outra altura.
Mário Casa Nova Martins
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